São Paulo – Dois territórios onde o bolsonarismo venceu com folga em 2018 hoje apresentam movimento de virada em favor do candidato do PT à Presidência. De acordo com pesquisas divulgadas nesta terça e quarta-feira (15), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera estado de São Paulo e no Distrito Federal. Em São Paulo, segundo números do Instituto Ideia divulgados pela revista Exame, Lula lidera com 39% das intenções de voto, ante 34% de Bolsonaro. No DF, pesquisa do instituto Opinião Política para o jornal Correio Braziliense traz Lula com 37,3% e Bolsonaro com 34,6%.

Nos dois casos, a vantagem numérica de Lula fica dentro da margem de erro – de 3 pontos percentuais. Portanto, a situação é interpretada como de empate técnico. Entretanto, os cenários apontam tendência que ajudam a explicar o desespero dos aliados de Bolsonaro em tentar desqualificar tanto as pesquisas quanto o próprio sistema eleitoral. Em 2018, o então candidato do PSL, hoje no PL, venceu Fernando Haddad por 58% a 12% no primeiro turno e por 70% a 30% dos votos válidos no Distrito Federal. Naquele ano, também apresentou larga vantagem no estado de São Paulo, 53% a 16% no primeiro turno e 68% a 32% no segundo (votos válidos).

No plano nacional. alguns agregadores de pesquisas, que elaboram médias estatísticas de diversos institutos, têm trazido chance de vitória de Lula no primeiro turno. Por exemplo, no agregador divulgado ontem (14) pela instituto Locomotiva em parceria com a CNN, Lula lidera com 44% enquanto a soma dos demais adversários não ultrapassa esse percentual. O ex-presidente estará hoje em Minas Gerais ao lado do pré-candidato ao governo local Alexandre Kalil (PSD). Depois seguirá para Sergipe e Alagoas. Minas é o segundo maior colégio eleitoral estadual e o Nordeste, o segundo maior regional.

Polarização consolidada

Como ocorre em nível nacional, os demais candidatos a presidente não apresentam nenhum esboço de reação. No DF, Ciro Gomes (PDT) tem 7,4%, Simone Tebet (MDB) 2,1% e André Janones (Avante), 1,3%. Vera Lúcia (PSTU), Pablo Marçal (Pros), Felipe d’Avila (Novo), Leonardo Péricles (UP), Luciano Bivar (União), José Maria Eymael (DC) e Sofia Manzano (PCB) estão abaixo de 1%. Enquanto isso, 11,3% dizem que votariam em branco ou nulo.

Em São Paulo, Ciro tem 6% e Simone Tebet, 4%. Os outros candidatos marcam 1%, exceto José Maria Eymael (PSDC), que não pontuou. Além disso, 11% não sabem ou votarão branco ou nulo.

A “polarização”, que os apoiadores de Lula chamam de “democracia contra a barbárie” e os de Bolsonaro, de “bem contra o mal”, faz aumentar o interesse pelas eleições. Segundo o responsável pelo Opinião Pública, Alexandre de Araújo Garcia, o interesse está “maior do que em eleições anteriores” a essa altura da disputa. Disseram ter interesse de razoável a elevado na eleição 62% dos entrevistados. E 38% dizem ter pouco ou nenhum interesse.

Com informações de Correio Braziliense e Exame