Pão de queijo com lula

Apoio de Lula leva Kalil à liderança em Minas, mas disputa pelo Senado impede aliança

PT de Minas não abre mão da candidatura do deputado Reginaldo Lopes, enquanto o PSD de Kalil quer na chapa o senador Alexandre Silveira

Ricardo Stuckert/Repdodução
Ricardo Stuckert/Repdodução
Kalil já declarou que votará em Lula, e ex-presidente quer aliança, mas disputa partidária impede acordo

São Paulo – O ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm tudo para selar uma aliança que seria benéfica às pré-candidaturas de ambos na eleição de outubro. Os dois já manifestaram claramente a vontade de fechar o acordo. E, nesta segunda-feira (16), levantamento da Paraná Pesquisas reforça a avaliação de analistas e dos próprios pré-candidatos da conveniência do entendimento. De acordo com o instituto, com um eventual apoio de Lula, Kalil tem 34,6% das intenções de votos para suceder o governador Romeu Zema (Novo), que ficaria com 33,1% dos votos na tentativa de se reeleger. Em terceiro vem Carlos Viana (PL), o candidato de Bolsonaro, com 11,7% das intenções.

Zema é apoiado por Luiz Felipe D’Ávila, presidente do Novo à presidência da República. Sem os apoios de Lula, D’Ávila e Bolsonaro, o cenário seria bastante diferente, conclui a pesquisa. Zema fica na frente com folga, com 46,8% das intenções de voto, seguido de longe por Kalil, com 26,8%, e por Viana, com apenas 5,4%. O instituto ouviu 1.680 eleitores entre os dias 8 e 13, em 78 cidades mineiras.

Namoro explícito

O “namoro” entre Kalil e Lula é explícito. Na sexta-feira (13), o ex-prefeito de BH declarou que, com ou sem aliança, Lula “é o melhor candidato à Presidência da República”. “Infelizmente, se não der (para fechar o acordo), não deu. Mas meu voto é do presidente Lula”, afirmou. O ex-presidente também já declarou que apoia Kalil. Mas as intenções, até aqui, são apenas informais.

A disputa pelo Senado tem impedido que o acordo se formalize. O PT de Minas não abre mão da candidatura do deputado Reginaldo Lopes, enquanto o PSD de Kalil quer na chapa o senador Alexandre Silveira – importante liderança mineira da legenda.

Em nota na sexta-feira (13), a direção executiva do PT-MG não dá margem a nenhuma negociação, e afirma que “nenhum filiado está autorizado a apoiar outra candidatura ao Senado ou negociar apoio em nome do partido”. “A prioridade para 2022 em Minas é eleger Lula presidente, Reginaldo senador, derrotar Zema e eleger uma bancada forte de deputados e deputadas”, disse a legenda.

Portanto, apesar da vontade pessoal de ambos, Kalil e Lula ainda parecem distantes de uma aliança formal em Minas. Em entrevista ao portal UOL na quarta-feira (11), Kalil também foi taxativo. “Eu não tenho problema nenhum de andar com o presidente Lula. Já disse que considero o presidente Lula um grande líder. O que eu não quero é ir sem mão dada, sem aliança. Porque isso tecnicamente prejudica uma campanha”, disse.

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