Conflito de interesses

Juristas querem que Moro seja investigado por trabalho em consultoria

Associação pede ao Ministério Público que apure os ganhos do ex-juiz na empresa Alvarez & Marsal, que presta serviço para empreiteiras investigadas na operação Lava Jato

José Cruz / ABr
José Cruz / ABr
Moro está na mira de deputados do PT que querem propor uma CPI na Câmara para apurar eventual conflito de interesses

São Paulo – A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) entrou ontem (25) com representação no Ministério Público Federal para que o ex-juiz e presidenciável Sergio Moro seja investigado por seu trabalho na consultoria Alvarez & Marsal. As informações são da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.

O assunto já é alvo de processo no Tribunal de Contas da União (TCU) e está na mira de deputados do PT, que querem propor uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Câmara para apurar eventual conflito de interesses. Na solicitação, a ABJD pede que seja instaurado inquérito para apurar as relações, as condições e os valores envolvidos no contrato. A ida de Moro para a empresa é cercada de suspeitas, porque a A&M presta serviços para empreiteiras que foram fragilizadas pela Operação Lava Jato.

A entidade requer a “averiguação da natureza do trabalho desenvolvido por Sergio Moro na contratação, e a relação dele com as empresas assessoradas na consultoria, a fim de verificar possível cometimento de ilícitos de caráter penal e uso da operação Lava Jato, que conduziu como juiz, para se favorecer”.


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O documento protocolado no MPF em Brasília afirma ainda que o ex-magistrado “teve acesso a informações privilegiadas que possuíam potencial de impacto em favor de seu trabalho na empresa”.

“Sua atuação foi, desde o início, absolutamente comprometida, mesmo que não tenha assinado pareceres ou peças nos casos concretos”, diz ainda a ABJD. A organização, com cerca de 2 mil associados em todo o país, reúne juízes, desembargadores, advogados, defensores públicos, professores e estudantes de direito, promotores, procuradores e servidores do Poder Judiciário.

Tanto Moro como a Alvarez & Marsal negam conflito de interesses na passagem dele pela consultoria. A empresa divulgou nota afirmando que tem contribuído com o TCU e repassado todos os esclarecimentos solicitados.


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