Pressão

PT aciona STF para garantir vacinação de crianças contra a covid-19

Partido pede que o governo seja obrigado a apresentar, em 48 horas, plano de imunização para crianças de 5 a 11 anos

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil
A média de sete dias de hospitalizações diárias de crianças, entre 21 e 27 de dezembro, subiu mais de 58% na última semana, nos Estados Unidos

São Paulo – O PT entrou nesta sexta-feira (17) com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a imunização infantil contra a covid-19. Trata-se de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) que pede que o governo Bolsonaro seja obrigado a apresentar, em 48 horas, um plano de vacinação para crianças de 5 a 11 anos. A ação é capitaneada pelo deputado federal e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (SP).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou ontem (16) a aplicação da vacina da Pfizer para crianças. O parecer do órgão apontou eficácia superior a 90% do imunizante para o segmento infantil. Mas o Ministério da Saúde ainda não encomendou as doses específicas para essa faixa etária.

Não bastasse isso, o presidente Jair Bolsonaro atacou a decisão da Anvisa. Em live também realizada ontem, disse que pretende divulgar os nomes dos servidores responsáveis pela autorização. Ou seja, o intuito é deixá-los expostos a ataques virtuais dos seguidores negacionistas do presidente. Hoje, o presidente da entidade respondeu aos ataques, assim como a associação dos funcionários.

Na ação, o PT destaca a ameaça representada pela “novas variantes” do vírus em circulação no território brasileiro. Nesse sentido, ressalta a necessidade de ampliar a campanha de vacinação. No entanto, afirma, o governo “não deu quaisquer indícios que estuda e confecciona o complemento ao plano de vacinação referente as crianças”. O partido lembra ainda que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegou a afirmar que a vacinação de crianças não é um “assunto consensual”.

Essencial

À colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Padilha destacou que vários países estão vacinando as crianças. A intenção é garantir proteção a esse grupo durante as férias e as festas de fim de ano. “Se tivéssemos um governo federal sério, o Ministério da Saúde estaria anunciando o calendário de vacinação”, afirmou.

Além disso, especialistas sustentam que é fundamental a vacinação infantil. Principalmente em função da disseminação da variante ômicron, mais transmissível. Nesse sentido, garantiria também um retorno às aulas mais seguro no ano que vem. “Temos que iniciar o mais rápido possível”, cobrou a coordenadora da Rede Análise Covid-19, Mellanie Fontes-Dutra.