BODE NA SALA

Bolsonaro diz que vai barrar fundo eleitoral, aprovado por sua própria base

Fundo foi votado na última quinta-feira (15) e sua aprovação contou com o apoio de deputados e senadores próximos ao presidente, como seus filhos

Alan Santos/PR
Alan Santos/PR
O Fundo Eleitoral foi aprovado na última quinta-feira (15), com votos de deputados e senadores próximos ao presidente

São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na noite da última segunda-feira (19), em entrevista à TV Brasil, que vai vetar o fundo eleitoral aprovado dentro do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022 pelo Congresso Nacional. Segundo ele, o fundo, que contou com o apoio de sua base aliada, tem valores “astronômico” para “fazer campanha eleitoral”.

“Posso adiantar para você que ela não será sancionada, porque, afinal de contas, eu tenho sempre que conviver em harmonia com o Legislativo. Nem tudo que apresento ao Legislativo é aprovado e nem tudo que o Legislativo aprova, vindo deles, tenho obrigação de aceitar do lado de cá”, anunciou Bolsonaro.

O fundo eleitoral foi aprovado na última quinta-feira (15), com votos de deputados e senadores próximos ao presidente, como seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) e o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), além de Bia Kicis (PSL-DF) e Carla Zambelli (PSL-SP).

Bode na sala

“Mais de uma pessoa afirmou que a articulação pelo fundo veio de baixo, dos congressistas. Que o acordo com os governistas mais ferrenhos, inclusive, foi um tanto ‘complicado’ e envolveu a promessa de que a aprovação do reajuste facilitaria a estruturação de um partido para o presidente”, analisa o antropólogo Orlando Calheiros, em seu perfil no Twitter.

O professor Paulo Menis acredita que Bolsonaro deve tentar capitalizar politicamente com o projeto. “O fundo eleitoral é o bode na sala. Bolsonaristas votam ‘sim’ a mando do presidente, o povo reclama. Ele veta e sai posando de herói. Ou não veta, põe a culpa no Congresso e faz campanha contra os políticos, como se ele não fosse, como fez na eleição passada. O golpe tá aí”, tuitou.

“Dudu (Eduardo Bolsonaro), Bia Kicis, Carla Zambelli, vários deputados bolsonaristas aprovaram LDO com fundo eleitoral triplicado. Psol foi coerente, fomos contra, mas Bolsonaro culpar (o vice-presidente da Câmara) Marcelo Ramos é hipocrisia. Bozo sem Centrão, cai”, aponta o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP).


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