Forças Armadas

Novo comandante do Exército, general Paulo Sérgio defende protocolos da OMS contra covid

Após entrevista contrariando conduta de Bolsonaro no combate à pandemia, escolha surpreendeu. Almirante Almir Garnier Santos assume a Marinha e tenente-brigadeiro Baptista Júnior, a Aeronáutica

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil
“Todas as medidas sanitárias, diretrizes da OMS, são rigorosamente cumpridas em nossos quartéis”, disse novo comandante do Exército

São Paulo – O governo do presidente Jair Bolsonaro, com a intermediação do novo ministro da Defesa, general Braga Netto, anunciou, na tarde desta quarta-feira (31), os nomes dos comandantes das Forças Armadas, após o tumulto provocado pelo chefe de governo ao demitir o ex-ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. O nome escolhido para o Exército surpreendeu. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que é general, era apontado por analistas como descartado. Isso porque, em entrevista ao Correio Braziliense no domingo, ele defendeu os protocolos científicos de combate à covid-19, o que teria irritado Bolsonaro, que teria inclusive pedido sua punição.

“Todas as medidas sanitárias, diretrizes emanadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), corroboradas pelas nossas diretorias de saúde, são rigorosamente cumpridas em nossos quartéis”, disse o general na entrevista. Defendeu também lockdown, “higienização dos pés”, álcool em gel, uso de máscara e distanciamento. Ele comandava o Departamento-Geral do Pessoal do Exército.

O general Paulo Sérgio, como é mais conhecido, era o terceiro pelo critério de antiguidade. Ele entra no lugar de Edson Leal Pujol, pivô da crise militar armada por Bolsonaro, que demitiu Azevedo e Silva, entre outros motivos, por ter se recusado a tirar Pujol do comando do Exército.

Lista

Pela tradição militar de respeito à hierarquia, o general José Luiz Freitas, comandante de Operações Terrestres, seria o indicado a comandar o Exército, mas não era o nome apontado como da preferência de Bolsonaro. O segundo em “antiguidade”, general Marco Antônio Amaro dos Santos, era carta fora do baralho, por ter trabalhado na segurança da ex-presidenta Dilma Rousseff. Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Nordeste, era apontado como preferido do presidente.

Os nomes das duas outras Forças são o almirante Almir Garnier Santos, segundo mais antigo da Marinha, para o lugar de Ilques Barbosa, e o tenente-brigadeiro Carlos Almeida Baptista Junior, que vai comandar a Aeronáutica e, segundo O Estado de S. Paulo, compartilha mensagens ligadas a grupos de direita nas redes sociais.


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