Reflexos do autoritarismo

Psol fará denúncia contra invasão da PM em reunião de mulheres do partido

Policiais entraram em plenária do partido sem justificativa e pediram documentos dos responsáveis. Para o Psol, ação visava intimidar as militantes

Psol/Divulgação
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Advogado Dimitri Salles diz que ação da PM de Doria se insere no contexto de violência impulsionado por Bolsonaro

São Paulo – Após a Polícia Militar de São Paulo ter invadido uma plenária de mulheres filiadas ao Psol, no sábado (3), o partido anunciou que fará denúncia à corregedoria da instituição. Para o Psol, o ato arbitrário da PM foi uma tentativa de intimidar as militantes e, assim, constranger a realização do evento que ocorreu na sede do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem).

Segundo o partido, plenárias, como do sábado, ocorrem regularmente e são responsáveis por eleger a direção setorial de mulheres da organização. Em entrevista à repórter Nahama Nunes, da Rádio Brasil Atual, a tesoureira e integrante da direção executiva nacional do Psol, Mariana Riscali, disse que numa tentativa de constranger as mulheres os policiais entraram no local, sem qualquer justificativa formal, pedindo nome e documento dos responsáveis pelo evento.

“Sabíamos que estávamos num evento privado, que não tem exigência legal que nos faça ter de identificarmos. Questionamos, dissemos que não íamos entregar a documentação e eles continuaram insistindo, numa tentativa de intimidação mesmo”, descreve Mariana. Nesta segunda-feira (5), a deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP) afirmou que foi feita uma denúncia pública já que “não é papel de nenhuma corporação da segurança pública monitorar ou vigiar espaços de atividade política”. O partido também pede uma reunião com o secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo, general João Camilo Pires de Campos.

Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) de São Paulo, o advogado Dimitri Salles diz à Rádio Brasil Atual que a ação da PM, chefiada pelo governador João Doria, se insere no mesmo contexto de violência patrocinado pelo presidente Jair Bolsonaro. “Há um diálogo direto”, afirma Salles. “Tanto no sentido de enfraquecer a democracia, quanto a uma tentativa de criminalizar aqueles que lutam por direitos humanos e pela proteção às populações mais vulneráveis”.

Em nota, a polícia militar afirmou que os agentes foram até o local para verificar a concentração de pessoas. Ao tomarem ciência de que eram cidadãos ligados a um partido político questionaram se as pessoas iriam sair em ato democrático pelas vias públicas. Como os presentes disseram que se tratava de uma reunião interna, os patrulheiros deixaram o local.

Confira às reportagens da Rádio Brasil Atual e da TVT

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