Solenidade

Sem Temer e Cármen Lúcia, abertura dos trabalhos do Congresso foi discreta

Mensagem de Temer foi de apelo a parlamentares para apreciar reformas com celeridade. Presidente do Congesso, citado em delações, disse que vai se empenhar pela aprovação de propostas anticorrupção

Waldemir Barreto/Agência Senado

Reabertura dos trabalhos do Legislativo foi realizada com atraso por conta da eleição na mesa diretora da Câmara

Brasília – A solenidade de reabertura dos trabalhos do Legislativo para o ano foi realizada hoje (2) com atrasos – por causa da demora no resultado da eleição da mesa diretora da Câmara – e sem a presença do presidente da República, Michel Temer, e da presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia. Num dia especialmente tumultuado por conta da morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, o rito ocorreu de forma célere e com discursos objetivos. Na mensagem presidencial enviada pelo governo ao Congresso, o Executivo fez um apelo aos parlamentares pela aprovação das reformas da Previdência e trabalhista.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, foi escalado para substituir Temer na solenidade. E o discurso do Executivo foi lido pelo 2º secretário do Congresso, senador Gladson Cameli (PP-AC). A mensagem passada foi de que o país vive uma crise considerada  “de múltiplas dimensões” (econômica, política e social) e, por isso, o entendimento é de que “o caminho para o futuro é a reforma”. “É hora de encararmos, sem rodeio, as reformas que o Brasil precisa”, afirmou o presidente, em um dos trechos.

A mensagem enviada por Michel Temer ainda chamou a atenção para medidas de reajuste “dentro das regras da economia contemporânea”, numa referência ao congelamento de gastos aprovado pelo Congresso no final do ano passado. E acrescentou que “cada momento histórico traz suas batalhas”, numa forma de destacar que a atual batalha é lutar contra “o descontrole fiscal, a recessão e o desemprego”.

O presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), eleito ontem com o apoio do Palácio do Planalto, disse durante o evento que reafirma seu compromisso com a votação de propostas que acredita que vão ajudar a solucionar problemas conjunturais do país, e citou como exemplo os códigos comercial e penal. Oliveira acrescentou, ainda, que está disposto a colaborar com o governo na rápida tramitação de matérias que ajudem o Brasil a superar a crise.

“Precisamos destravar o Brasil para que o país possa voltar a ter um verdadeiro desenvolvimento. Vamos fazer um debate necessário na Casa, mas buscaremos celeridade, porque o país precisa desta celeridade”, disse.

O senador teve o nome muito lembrado nos últimos dias por ter sido citado por delatores da Odebrecht como o personagem de codinome “índio” na lista de propinas da empresa e negou as acusações. Por isso, Oliveira surpreendeu ao falar das medidas de combate à corrupção. Ele disse, na solenidade, que está igualmente comprometido em fazer caminhar todas as matérias legislativas que ajudem nesse combate.

 

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