Corrupção

Petrobras bloqueia contratação de empresas citadas na Lava Jato

Adoção de medidas cautelares pretende resguardar a empresa de danos à sua imagem; contratação de escritórios independentes de advocacia vai estimar impacto de ações citadas por ex-diretor

Laycer Tomaz/Agência Câmara

Paulo Roberto Costa: empresas citadas por ex-diretor são bloqueadas em novas licitações e contratos

Brasília – A Petrobras anunciou o bloqueio cautelar de empresas de grupos econômicos citados como participantes de cartel em depoimentos à 13ª Vara Federal do Paraná e que tiveram executivos e ex-executivos presos em novembro último, em mais uma fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Em razão do bloqueio, as empresas ficarão temporariamente impedidas de serem contratadas e participarem de licitações da estatal.

A Petrobras também aprovou a criação de comissões para Análise de Aplicação de Sanção Administrativa. Segundo nota da estatal, a adoção de medidas cautelares tem o objetivo de “resguardar a empresa e suas parceiras de danos de difícil reparação financeira e prejuízos à sua imagem”. De acordo com a Petrobras, as empresas serão notificadas do bloqueio e será respeitado o direito ao contraditório e à ampla defesa.

A medida abrange os grupos Alusa, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Carioca Engenharia, Construcap, Egesa, Engevix, Fidens, Galvão Engenharia, GDK, IESA, Jaraguá Equipamentos, Mendes Júnior, MPE, OAS, Odebrecht, Promon, Queiroz Galvão, Setal, Skanska, Techint, Tomé Engenharia e UTC.

Segundo a Petrobras, foram levados em conta depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, do doleiro Alberto Yousseff, de Julio Gerin de Almeida Camargo, do grupo Toyo, e de Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, do grupo Setal.

A estatal declarou que “reitera seu compromisso pela ética e transparência nos seus negócios e a necessidade de adoção de medidas consolidadas no Manual do Programa Petrobras de Prevenção da Corrupção”. As decisões foram tomadas após reunião da Diretoria Executiva da Petrobras na segunda-feira (29).

A empresa também anunciou hoje a contratação dos escritórios de advocacia independentes Trench, Rossi e Watanabe Advogados e Gibson, Dunn & Crutcher LLP com o objetivo de apurar a natureza, extensão e impacto das ações cometidas no contexto das alegações feitas pelo ex-Diretor Paulo Roberto Costa.

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