Unasul faz reunião extraordinária em apoio a Maduro na Venezuela

Depois líderes, incluindo Dilma, participam da cerimônia de posse do presidente eleito no domingo

São Paulo – A violenta reação da oposição venezuelana à vitoria do chavista Nicolás Maduro nas eleições presidenciais do último domingo (14), em que oito pessoas morreram e 70 ficaram feridas, será debatida hoje (18) na reunião de emergência convocada pela União de Nações Sul-Americanas (Unasul), em Lima, no Peru. Os líderes da região, entre eles a presidenta Dilma Rousseff, devem reiterar apoio a Maduro e exigir a estabilização do processo democrático no país.

Integram o Bloco Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai (suspenso), Venezuela, Chile, Guiana e Suriname.

Depois da reunião, Dilma e os demais presidentes devem ir para Caracas, participar da ceriomônia de posse de Maduro.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Congresso peruano, Víctor Andrés García Belaunde, disse que o desafio da reunião irá a buscar um “diálogo franco e sincero para salvar a democracia e assegurar a governabilidade” na Venezuela.

O ministro das Relações Exteriores do Peru, Rafael Roncagliolo, lembrou que tanto os países da América do Sul como o México (observador na Unasul) reconheceram os resultados das eleições.

“Parece-nos importante analisar juntos a situação, assim teremos avaliados também situações passadas e montamos uma agenda aberta para ter oportunidade de ter um diálogo conjunto”, ressaltou. “Evidentemente há uma situação difícil e nós queremos ajudar no que for possível”, disse o chanceler.

Estabilização democrática

Criada em 2008 como fórum de integração entre os países do Mercosul e da Comunidade Andina, a Unasul tem tido atuação decisiva em processos de estabilização de conflitos na região, levando seu apoio aos governos legitimamente eleitos.

Foi assim em outubro de 2010, quando houve um levante militar seguido de tentativa de golpe contra o presidente do Equador, Rafael Corrêa; e também dois anos antes, em setembro de 2008, quando opositores do presidente Evo Morales, na Bolívia, quiseram levar adiante um projeto de divisão territorial do país, classificado pela Unasul de golpe civil.

Da mesma maneira, no ano passado, o organismo condenou o impeachment contra o então presidente do Paraguai Fernando Lugo, iniciado e concluído em menos de 48 horas pelo parlamento paraguaio, contrariando todos os tratados regionais e internacionais. Essa avaliação, entre outras, foi determinante para a suspensão do Paraguai tanto da Unasul como do Mercosul.