Coágulo

Um mês após cirurgia, Cristina Kirchner recebe autorização para retomar trabalho

Presidenta vai voltar gradativamente às funções administrativas e está proibida de viajar de avião pelos próximos 30 dias. Ritmo de atividades depende de exame cardiológico que será concluído segunda

Casa Rosada

Segundo o boletim médico, o ritmo de trabalho vai depender do resultado dos exames cardiológicos

São Paulo – A presidenta da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, recebeu alta “neurológica e neurocirúrgica”, informou hoje (9) a Casa Rosada, um mês e um dia após a operação realizada para drenar um hematoma cerebral. Ontem à noite, por volta de 22h, ela foi submetida a uma tomografia computadorizada em uma clínica privada em San Telmo, próximo ao centro de Buenos Aires.

O secretário de Comunicação Pública da Presidência, Alfredo Scoccimaro, informou a jornalistas que a evolução pós-operatória foi positiva, o que acabou confirmado pelo novo exame. No entanto, Cristina vai retomar as atividades gradativamente e está proibida de viajar usando avião ou helicóptero pelos próximos 30 dias. Especula-se que ela vá reiniciar os trabalhos como presidenta desde a residência oficial de Olivos, na zona norte da capital, para só depois voltar a ir todos os dias até a Casa Rosada.

O boletim médico informa que uma nova avaliação será realizada em 9 de dezembro. Além disso, será mantido o monitoramento cardiológico devido à possibilidade de um problema de irrigação do coração. “De acordo com o resultado do mesmo, na segunda-feira se reavaliará medicamente para determinar o ritmo de retorno às tarefas habituais”, diz a nota.

A notícia sobre o coágulo provocado por um hematoma foi divulgada no começo de outubro, e desde então Cristina não realiza atividades públicas nem utiliza as redes sociais, meio pelo qual tem o hábito de comunicar com a população. O último post da presidenta no Twitter data de 4 de outubro.

Devido à operação, ela ficou fora da reta final da campanha das eleições legislativas do último dia 27, quando a Frente para a Vitória, coalizão que lidera, obteve 32% dos votos, suficiente para manter a maioria na Câmara, mas com um pequeno recuo na bancada do Senado. A derrota do governismo na maior parte das províncias centrais em importância política, porém, animou a oposição, que chegou a decretar o fim do kirchnerismo, como já havia feito na campanha de 2009.

Os opositores venceram na província de Buenos Aires, na capital, em Córdoba, em Santa Fé e em Mendoza, embora a base aliada ainda controle as duas casas do Congresso. O kirchnerismo se impôs em grande parte do norte e o oeste do país, com vitórias muito amplas em Santiago del Estero (75,72%), Chaco (58,95%) e Formosa (55,22%).

Dias depois, ainda durante a fase de recuperação de Cristina, a Corte Suprema de Justiça declarou constitucional a Lei de Meios Audiovisuais, dando fim a um embate de quatro anos entre a presidenta e o Grupo Clarín, principal conglomerado da comunicação no país, que se recusava a cumprir os dispositivos legais de desconcentração de licenças de rádio e televisão. Esta semana a corporação apresentou uma sugestão de plano de adequação que prevê fatiar em seis as emissoras hoje controladas pelo grupo.