Twitter vai acabar? Rede suspende atividades em meio a assédios de Elon Musk
Twitter fecha escritório até segunda-feira (21) após ameaças e demissões. Internautas já escolhem outra rede social, a indiana Koo
Publicado 18/11/2022 - 17h08
São Paulo – A rede social Twitter sofre com demissões em massa e, inclusive, ameaças de fechamento. Os problemas começaram quando o empresário Elon Musk concretizou a compra da plataforma, após uma negociação atribulada. Nesta sexta-feira (18), os trabalhadores que ainda resistem na empresa não puderam entrar nos escritórios. A informação é de que as atividades centrais estão suspensas até a próxima segunda (21).
Desde que Musk assumiu o Twitter, estima-se que 4.500 mil funcionários foram demitidos. Entre eles, grupos específicos de proteção contra conteúdos impróprios e discursos de ódio na plataforma. Contudo, o movimento agora é oposto. Muitos funcionários estão pedindo demissão. Isso porque Musk teria dito, em uma reunião, que quem não estiver disposto a “longas jornadas de alta intensidade” e “ser extremamente hardcore” deveria deixar a empresa.
Enquanto isso, a empresa mantém certo sigilo da real situação. Ao comunicar a suspensão dos trabalhos, a empresa limitou-se a pedir discrição. “Por favor, continue a cumprir a política da empresa, abstendo-se de discutir informações confidenciais da companhia nas redes sociais, com a imprensa ou em qualquer outro lugar”, afirma. Antes disso, no início do mês, Musk havia falado em demitir até 75% do quadro de pessoal. Até agora, foram dispensados cerca de 50%.
Repercussão
O Twitter é sediado na cidade de São Francisco, na Califórnia. O prédio da matriz foi alvo de protestos durante a noite de ontem. Projeções exibiram uma série de ofensas direcionadas a Musk. “Bebezão medíocre”, “racista mesquinho”, “megalomaníaco”, “bilionário inútil” foram alguns dos dizeres. Na rede social, funcionários e internautas acompanharam a mobilização com as hashtags #RIPTwitter e #LoveWhereYouWorked (ame onde você trabalhou”.
No Brasil, a frase “o Twitter vai acabar” figurou entre as mais comentadas durante todo o dia. Em contrapartida ao tom de lamento das publicações internacionais, os brasileiros aproveitaram a situação para fazer piada. Uma avalanche de memes sobre o possível fim da rede social domina a internet.
O Elon Musk no escritório do Twitter esse fim de semana pic.twitter.com/HSOLubAz8I
— TOAD 🇧🇷🇺🇸 (@toadgeek) November 18, 2022
Extrema direita no Twitter
Além do assédio aos trabalhadores e as demissões de grupos de combate ao discurso de ódio, Musk passou a acenar para a extrema direita na rede social. AInda hoje ele fez uma postagem irônica a respeito da situação de colapso. “Sexta-feira de liberdade”, disse. O empresário defende que discursos de qualquer natureza podem circular no Twitter, inclusive aqueles ofensivos e de desinformação, adotados por ultraconservadores radicais.
— Elon Musk (@elonmusk) November 18, 2022
“A nova política do Twitter é a liberdade de expressão”, disse Musk. Em sua declaração, deixou aberto um caminho para os conteúdos impróprios. Disse que o “discurso de ódio será desmonetizado e terá o engajamento reduzido”, mas que isso “não se aplicará a conta e apenas à publicação específica”.
Diante da instabilidade que ronda o Twitter, os internautas brasileiros passaram a divulgar suas contas em outra rede social: a indiana Koo. O mecanismo de funcionamento é similar ao do Twitter. Contudo, o nome da plataforma também serviu de inspiração para mais memes.
Verificaram meu koo e não precisei pagar nada!https://t.co/y3wTLOOMjh pic.twitter.com/0AfsSvmlLT
— Felipe Neto 🦉 (@felipeneto) November 18, 2022