São Paulo – O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump é, a partir desta terça-feira (13), o primeiro presidente do país réu em ação criminal. O político de extrema direita apresentou-se junto à Justiça Federal em Miami, na Flórida. Lá, o par ideológico do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro prestou depoimento e foi fichado. Pesam sobre ele, entre outras acusações, a de reter em sua casa (no banheiro) documentos secretos do país. Além disso, ele é acusado de mentir durante o curso das investigações e de tentar obstruir a ação policial.

Agora, Trump é considerado preso sob custódia. Contudo, responde em liberdade. São 37 acusações de violação de documentos secretos, alguns deles envolvendo temas como armas nucleares e ações militares em países estrangeiros. Destas ações, 31 estão previstas na Lei de Espionagem local. Durante oitiva hoje, o radical limitou-se a declarar inocência. Também aproveitou para fazer política, ao afirmar ser vítima de perseguição.

De acordo com jornais locais, a popularidade de Trump cresce entre o eleitorado mais radical sempre que ele enfrenta a Justiça. Contudo, a cada dia ele se afasta do eleitor mais moderado, mesmo de direita. Estes fatos devem pesar sobre sua campanha. Até então, Trump é candidato a ocupar novamente a presidência pelo Partido Republicano. Contudo, além de poder ficar inelegível por problemas com a Justiça, parte de seu partido tem ressalvas sobre sua indicação. Avalia-se que outros nomes conservadores possam ocupar seu lugar na disputa de novembro do ano que vem.

Acusações contra Trump

Este grupo de ações contra Trump podem superar os 20 anos de prisão após julgamento. Entretanto, ainda pesam contra ele outros temas, como envolvimento na tentativa de golpe de Estado após sua derrota para o democrata Joe Biden, além da ação movida por uma ex-atriz pornô que o acusa de comprar seu silêncio a respeito de relação extra conjugal. Finalmente, também existem indícios de irregularidades em 34 acusações criminais que tramitam no estado de Nova York por falsificação de registros comerciais.

Durante a oitiva, autoridades policiais coletaram as digitais de Trump. O procedimento comum manda, ainda, que ele tire a tradicional foto de frente e de perfil. Contudo, devido a repercussão do caso, o magistrado local pediu para que não houvesse a foto.

Durante o interrogatório, um pequeno grupo de radicais acompanhou do lado de fora da corte. Então, Trump deve, ainda hoje, fazer um pronunciamento ao regressar a uma de suas mansões, provavelmente em Bedminster, Nova Jersey.