Mercosul: Cristina descarta sanções econômicas contra Paraguai

Presidenta da Argentina diz que medida só prejudicaria o povo paraguaio

Mendoza, Argentina – Cristina Fernández de Kirchner confirmou que a Argentina não vai propor nem apoiar nenhum tipo de sanção econômica ao Paraguai. A presidente argentina afirmou que “quem paga pelas sanções econômicas é a população, nunca os governos” em seu discurso inaugural da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, no início da tarde desta sexta-feira  (29/06), em Mendoza.

Cristina lembrou que a história da América do Sul está marcada por golpes de Estado e citou Borges ao dizer que a região está unida pelo espanto, “O espanto diante de situações de interrupção da ordem democrática que só trouxeram dor e sofrimento aos nossos povos”.

A declaração de Cristina confirma a posição argentina, que o chanceler de Buenos Aires, Hector Timerman, havia adiantado ontem, em coincidência com a posição anunciada também pelo chanceler brasileiro Antonio Patriota, de que o Mercosul não imporia sanções econômicas ao Paraguai.

“De nenhuma maneira vamos impor sanções econômicas ao povo do Paraguai. Acreditamos profundamente na união entre os países da América do Sul”, declarou Cristina, que também lembrou as tentativas de golpe de Estado no Equador e na Bolívia ao declarar que os membros da Unasul também “sempre reagiram condenando as tentativas de comprometer a ordem democrática” em países da região.

Cristina também se referiu às alegações do Congresso paraguaio sobre a legalidade da destituição do presidente Fernando Lugo. 

“A legalidade e a legitimidade estão profundamente ligadas à estabilidade que a América do Sul precisa para continuar crescendo em paz”, disse a presidente, que concluiu seu discurso com destaque para o caráter histórico da reunião em Mendoza, porque medirá se os países do bloco são capazes de “sustentar estas legalidades e legitimidades sem que se instalem na região golpes suaves (…) de movimentos que se escondem sob certa institucionalidade, mas que representam um rompimento da ordem democrática”.