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ONU prorroga por um ano trabalho da comissão que investiga crimes na Síria

efe/str Atentado na cidade de Homs nesta quinta (27) deixou pelo menos um morto e 12 feridos Genebra – A ONU decidiu hoje (28) prorrogar por mais um ano o […]

efe/str

Atentado na cidade de Homs nesta quinta (27) deixou pelo menos um morto e 12 feridos

Genebra – A ONU decidiu hoje (28) prorrogar por mais um ano o trabalho da comissão que investiga crimes nos três anos que já dura a guerra civil na Síria e que reuniu evidências irrefutáveis de que foram cometidos crimes de guerra e contra a humanidade no país.

A comissão, criada em setembro de 2011 e integrada por juristas de renome internacional, elaborou até o momento quatro listas de responsáveis por estes crimes, acompanhadas das provas correspondentes para um futuro processo em um tribunal internacional.

A resolução aprovada hoje no Conselho de Direitos Humanos da ONU pede que os membros da comissão continuem investigando e que apresentem em junho um relatório atualizado dos questionamentos

A comissão é presidida pelo brasileiro Sergio Pinheiro e conta com a participação da ex-promotora dos tribunais penais internacionais para Ruanda e para a antiga Iugoslávia, a suíça Carla del Ponte, da acadêmica americana Karen Koning e do jurista tailandês Vitit Muntarbhorn.

O Conselho de Direitos Humanos reiterou na resolução, lançada por Reino Unido e Arábia Saudita, o pedido ao governo sírio para que permita a entrada dos membros da comissão no país.

Como os membros da comissão não puderam entrar no território sírio, exceto por uma visita extraoficial de Pinheiro, a investigação foi baseada em milhares de entrevistas com testemunhas diretas e vítimas de crimes, no exame de documentos e testes visuais, e em teleconferências com pessoas que estão dentro da Síria.

Cada denúncia tem de ser corroborada por, pelo menos, duas fontes confiáveis e sem relação entre elas, enquanto a autenticidade de vídeos e fotografias é feita com rigorosos métodos de verificação.

Além disso, o conselho condenou as violações maciças do direito humanitário internacional pelas autoridades sírias e por suas milícias aliadas, incluindo o uso de barris explosivos, de mísseis e de bombas de fragmentação, ações que podem se equiparar a crimes contra a humanidade e de guerra.

No debate sobre a resolução, a delegação dos Estados Unidos observou que, apesar das resoluções do Conselho de Segurança da ONU pedirem mais acesso da ajuda humanitária ao país, não houve melhoras neste aspecto.

Segundo o conselho, mais de 200 mil civis vivem em zonas de conflito armado e que 200 pessoas morrem todos os dias no conflito.

A Rússia rejeitou o documento por considerar que não condenava o suficiente as ações dos grupos rebeldes, que acusa de uma série de atrocidades, como torturas, execuções sumárias, violência sexual e de utilizar crianças como soldados.

Sobre a oposição armada, a resolução assinalou que é muito preocupante a expansão dos grupos extremistas que também cometem ações contra a população inocente.