Diplomacia

Lula recebe Nicolás Maduro, primeiro a chegar a Brasília para cúpula de líderes da América do Sul

Reunião com países da região faz parte do esforço de Lula para resgatar protagonismo do Brasil no cenário internacional após virar pária com Bolsonaro

Marcelo Camargo/ABR
Marcelo Camargo/ABR
Maduro veio acompanhado da esposa, Cilia Flores, e foi recebido por Lula e pela primeira-dama brasileira Janja

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto, na manhã desta segunda-feira (29). A reunião bilateral é inicialmente privada. Mais tarde será ampliada para outros integrantes da comitiva venezuelana e do governo brasileiro. Ele vem ao país para a cúpula de líderes da América do Sul nesta terça (30) e chegou ao Palácio às 10h40.

A reunião sul-americana faz parte do esforço de Lula para resgatar o protagonismo do Brasil no cenário internacional, após quatro anos em que o país foi rebaixado à condição de pária nas relações internacionais com Jair Bolsonaro (PL). O governo quer também, junto aos vizinhos, construir uma agenda de cooperação em várias áreas, como infraestrutura e saúde.

Ao subir a rampa no Planalto, Maduro estava acompanhado da esposa, Cilia Flores, e foi recebido por Lula e pela primeira-dama, Janja da Silva. O chefe do governo da Venezuela não vem ao Brasil desde julho de 2015, quando veio para a cúpula do Mercosul em Brasília, ainda no governo de Dilma Rousseff (PT). Está previsto almoço “em homenagem” a Maduro e à esposa às 13h30.

Lula, Maduro e todos outros presidentes, menos do Peru

Todos os chefes de Estado da América do Sul estarão em Brasília para a cúpula. Exceto a peruana Dina Boluarte, impedida pela Constituição de seu país, que tomou posse como presidente do Peru em fevereiro após uma tentativa de golpe de Estado fracassada do ex-presidente Pedro Castillo.

O argentino Alberto Fernández, o chileno Gabriel Boric, o colombiano Gustavo Petro, o uruguaio Luis Lacalle Pou e o paraguaio Mario Abdo Benítez devem vir ao Brasil. O equatoriano Guillermo Lasso também deve comparecer, apesar da grave crise institucional de seu país.

Para evitar o processo de impeachment que estava em andamento em seu país, Lasso dissolveu a Assembleia Nacional (parlamento) do Equador há duas semanas e convocou novas eleições parlamentares e presidenciais.  A medida por decreto é conhecida como “morte cruzada”. Embora autorizada pela Constituição do país, não havia sido adotada até então.

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