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Justiça britânica realiza audiência sobre extradição de Julian Assange

Assange pode pegar 175 anos de prisão se o Reino Unido concordar em entregá-lo aos Estados Unidos. Acusação envolve divulgação de arquivos secretos do governo norte-americano

Wikimedia Commons
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Assange é acusado de fornecer a jornalistas informações de interesse público do governo dos EUA

São Paulo – A última audiência processual no caso de extradição de Julian Assange para os Estados Unidos é realizada nesta sexta-feira (14) no Tribunal de Magistrados de Westminster, a noroeste de Londres. A audiência se realiza depois de ter sido afetada por dificuldades logísticas, que levaram a atrasos na abertura do processo. Assange pode pegar 175 anos de prisão, se o Reino Unido concordar em entregá-lo aos Estados Unidos. Ele é acusado por 18 supostos crimes relacionados à publicação de arquivos secretos da administração dos Estados Unidos.

Os advogados do fundador do portal de informações WikiLeaks reclamaram da falta de acesso, remoto ou presencial, ao seu cliente desde março passado. A conexão telefônica habilitada face às restrições da pandemia de covid-19 funcionou parcialmente, segundo informações da agência de notícias russa Sputnik.

Assange está detido na Prisão de Alta Segurança de Belmarsh, a sudeste da capital britânica. Ele tem estado ausente da maioria das audiências preliminares devido a conselhos médicos ou obstáculos práticos das autoridades prisionais.

Assange é acusado de fornecer a jornalistas informações de interesse público. Os supostos crimes de Julian Assange remontam a 2010. Foi quando a organização fundada por ele, a WikiLeaks, transmitiu documentos a veículos de comunicação, entre os quais os jornais Le Monde, The Guardian e New York Times.

Os documentos, que foram repassados à WikiLeaks pelo delator Chelsea Manning, incluíam 250 mil telegramas diplomáticos e milhares de relatórios sigilosos internos do exército dos EUA sobre operações militares no Iraque e no Afeganistão. Sua revelação expôs casos de tortura, sequestro e desaparecimentos.

Único jornalista preso

“Mais um dia no tribunal para o único jornalista que está preso na Europa Ocidental por fazer seu trabalho”, denunciou o jornalista islandês e agora diretor do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson.

A audiência de hoje antecipa a decisão da juíza Vanessa Baraitser sobre a ampliação da narrativa das acusações contra o profissional australiano. O prazo para a admissão do pedido do pedido de extradição expirou teoricamente há mais de um ano.

“Essa demora é um ultraje. A prisão preventiva de Julian deveria pelo menos ser revista”, denunciou à Sputnik a defesa do ativista australiano.