Itália tem pior nível de desemprego desde 2004
Série histórica mensal foi iniciada há oito anos. Comparado a dados trimestrais, desocupação é a mais grave desde 2001 na Itália
Publicado 31/01/2012 - 13h03
São Paulo – Em meio a desconfianças do chamado mercado, a Itália convive com sua pior taxa de desemprego da série histórica, iniciada em janeiro de 2004. Em relação aos dados mais antigos, publicados trimestralmente, é o mais alto patamar de desocupação desde 2001. Segundo dados do Instituto Italiano de Estatísticas (Istat) divulgados nesta terça-feira (31), 2,2 milhões de pessoas no país estavam sem emprego em dezembro de 2011.
A taxa registra alta de 0,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em relação a novembro, a piora foi de 0,1%. Antes de janeiro de 2004, não havia divulgação mensal de dados sobre empregos, mas apenas trimestral.
Os homens foram os que mais sofreram com a piora no cenário. O desemprego entre eles chegou a 8,4%, 5,1% a mais em relação a novembro e 15,1% superior, na comparação com dezembro de 2010. O contingente de mulheres desempregadas é maior, de 9,6%, mas diminuiu ante os dados de novembro.
Outros países europeus encontram situações semelhantes de elevação na taxa de desemprego. A Espanha também conheceu o recorde de desemprego no final de 2011, com 5,3 milhões de pessoas sem postos de trabalho. Isso representa 22,85% da população, parcela bem superior à italiana. O Brasil vive cenário oposto.
O governo do primeiro-ministro Mario Monti tem adotado políticas ortodoxas para combater a desconfiança de investidores em relação à capacidade da Itália de honrar compromissos assumidos. A dívida do país vem crescendo nos últimos anos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) – soma das riquezas do país – e à evolução da arrecadação de impostos.
As medidas adotadas são criticadas por representarem cortes de direitos sociais e redução de investimentos do setor público. A consequência desse tipo de ação, na visão de sindicatos e movimentos sociais, é agravar a recessão que atinge a economia do país.