Padrão sionista

Israel espanca e prende jornalista que estava em hospital em Gaza

O exército sionista atacou mais um hospital na Faixa de Gaza. Relatos locais dão conta de que, na ação, torturaram jornalista da Al Jazeera

Reprodução/TV Al Jazeera
Reprodução/TV Al Jazeera
Hani Mahmoud, da Al Jazeera, relatando de Rafah, disse que al-Ghoul foi "torturado, espancado e detido pelo exército israelense junto com um membro de sua equipe no local"

São Paulo – O exército israelense de Benjamin Netanyahu espancou e prendeu hoje (18) um jornalista correspondente do veículo qatari Al Jazeera. Os militares abordaram Ismail al-Ghoul, no Hospital al-Shifa, na cidade de Gaza. Al-Ghoul estava lá cedo, com sua equipe e outros repórteres, para cobrir a quarta invasão do exército israelense naquela hospital. Lá, milhares de civis estão encurralados, incluindo equipe médica, pacientes e famílias deslocadas.

Testemunhas relataram que arrastaram o repórter da Al Jazeera e também destruíram os veículos de transmissão das equipes de notícias na instalação médica. O hospital, o maior na Faixa de Gaza, serve como uma base para jornalistas relatarem a guerra de mais de cinco meses de Israel contra o último enclave palestino independente.

Hani Mahmoud, da Al Jazeera, relatando de Rafah, disse que al-Ghoul foi “torturado, espancado e detido pelo exército israelense junto com um membro de sua equipe no local”. As informações são da própria empresa de mídia do Qatar.

Abuso contra jornalista

Mahmoud, citando testemunhas, disse que espancaram e humilharam muitos palestinos no local. Alguns, inclusive, vendados e com as mãos amarradas atrás das costas. Então, colocaram eles dentro de um caminhão militar israelense e os levaram para um local desconhecido.

O Ministério da Saúde de Gaza disse que as forças israelenses lançaram mísseis e abriram fogo hoje em mais um dos prédios do hospital. Mataram e feriram palestinos, e uma parte do pátio do hospital foi aterrado. Hospitais, escolas e órgãos de ajuda humanitária são alvos frequentes do exército sionista.

De acordo com Mahmoud, as forças israelenses também prenderam mais de 80 outros palestinos, incluindo “funcionárias médicas e outros jornalistas”. Desde o início do massacre, em outubro do ano passado, mais de 31 mil palestinos morreram. Também mataram mais de uma centena de jornalistas. Trata-se da guerra com mais vítimas da imprensa na história, superando a Segunda Guerra Mundial e a Guerra do Vietnã.

Alegações dos sionistas

“O exército israelense fez uma lista de alegações de que estão procurando pessoas procuradas dentro do complexo, mas até agora não forneceram nenhuma evidência substancial (…) para justificar o que está acontecendo dentro de al-Shifa”, disse Mahmoud.

Israel repetidamente afirmou que o Hamas, o grupo armado palestino que governa a sitiada Faixa de Gaza, “se reagrupou” dentro de al-Shifa e está “usando-o para comandar ataques contra Israel”.

Mansour Shouman, um jornalista cidadão que relatou de al-Shifa e do Hospital Nasser, no sul de Gaza, descreveu os hospitais no enclave como “pequenas cidades” onde jornalistas estão tentando “entregar notícias para o mundo”.

Os hospitais são uma das poucas áreas que possuem geradores, que são essenciais para fornecer serviço de internet, disse Shouman à Al Jazeera. Mais de 70% do território palestino está sob escombros e, além das bombas, a fome é uma ameaça cada vez maior, já que Israel controla a entrada de alimentos em Gaza.

Com informações da Al Jazeera