Invisible Children lança novo vídeo sobre crimes humanitários na África Central

Documentário responde a críticas sobre vídeo contra Joseph Kony, líder de um grupo armado, e procura explicar melhor a situação

São Paulo – A ONG internacional Invisible Children, com sede nos Estados Unidos, divulgou um novo vídeo da campanha “Kony 2012”. O primeiro documentário da campanha, que circulou na internet no início do mês de março, foi visto por mais de 150 milhões de pessoas em todo o mundo – e foi repudiado pelo governo ugandense, tendo recebido diversas críticas. Funcionários da organização chegaram a ser fisicamente atacados por uma comunidade após assistirem a uma sessão organizada por eles. “Kony 2012” é uma campanha que procura divulgar o nome do ugandense Joseph Kony, líder do Lord’s Resistance Army (LRA), exército responsável pelo sequestro de 20 mil crianças na África Central e na África Oriental. Kony é procurado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes contra humanidade. O objetivo da campanha é mobilizar as autoridades internacionais e estimular a ação dos soldados estadunidenses enviados para capturar Kony.

O segundo documentário divulgado pela Invisible Children procura explicar melhor a situação atual do LRA, apontando os países nos quais ele atua e sua expulsão do território ugandense. O governo daquele país, por enquanto, não se posicionou. Agora, a Invisible Children explicita também como foi criada a campanha Kony 2012 e seus motivos, reitera o convite a todas as pessoas a aderiram ao movimento “Cover the Night” em 20 de abril, quando se realizaria uma série de ações de divulgação do nome de Kony e exigências aos governos do mundo todo.

O LRA era originalmente uma guerrilha que buscava assumir o poder de Uganda, país localizado entre a África Central e a África Oriental Oriental. No norte da Uganda, ele promoveu assassinatos, mutilações e sequestrou crianças para que elas fizessem parte da corporação. Kony foi quem o criou e quem o lidera até hoje. No entanto, desde 2006, o LRA foi expulso de Uganda pelas forças militares oficiais do país, agindo, atualmente, como quadrilha sem propósitos políticos claros, no Sudão do Sul, na República Centro-Africana e na República Democrática do Congo. Especialistas e jornalistas avaliaram que o primeiro vídeo de Kony não havia deixado isso claro, dando a entender que Uganda vivia uma crise humanitária até hoje.

Desde sua independência da Inglaterra, em 1965, o país viveu uma sequencia de golpes de Estado e guerras civis, mas, nesse momento, encontra-se em paz, crescendo economicamente e tendo se tornado um alvo do turismo internacional. O primeiro-ministro ugandense divulgou há três semanas um vídeo, por parte do governo, repudiando a campanha Kony 2012, pois o primeiro documentário teria realizado má publicidade para o país.