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Gustavo Petro e Rodolfo Hernández vão disputar segundo turno das eleições na Colômbia

Candidato progressista e milionário direitista definem a sucessão de Iván Duque em 19 de junho

divulgação / CC
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Petro e Hernández: progressista obteve 40,3% dos votos, 12 pontos a mais do que Hernández

São Paulo – O segundo turno das eleições na Colômbia, em 19 de junho, será disputado pelo senador e ex-guerrilheiro Gustavo Petro, do campo progressista, e o milionário direitista Rodolfo Hernández, que surpreendeu a corrida pelo primeiro turno, quando as pesquisas o apontavam em terceiro lugar, atrás de Federico Gutierrez. Petro obteve nas eleições de ontem (29) 40,3% dos votos, 12 pontos a mais do que Hernández, que ficou com 28,2% do eleitorado. Federico Gutiérrez, candidato de uma coalizão de forças ligada ao partido no poder, recebeu 23,9% e Sergio Fajardo, candidato centrista, ficou com (4,2%).

Petro, 62 anos, e Hernández, 77, se enfrentarão no segundo turno para definir o sucessor de Iván Duque, muito impopular em função de sua gestão econômica durante a pandemia e após os grandes protestos de 2019 e 2021 liderados por jovens duramente reprimidos pela polícia.

Com o lema “não roubar, não mentir, não trair”, Hernández apoia sua campanha em cima do combate à corrupção, como o próprio nome da aliança sugere, e no fato de serem uma alternativa à “velha política”. Ele é engenheiro civil e dono da HG Construtora. Com um forte discurso contra os movimentos insurgentes, Rodolfo Hernández assegura que teve familiares sequestrados no passado pela FARC-EP e o ELN.

Apesar de basear sua campanha na luta contra a corrupção, Hernández enfrentará um julgamento no dia 21 de julho, acusado de corrupção no período em que foi prefeito da cidade de Bucaramanga.

Petro e sua vice Francia Márquez propõem combater a fome, reativar as negociações de paz com setores insurgentes, investigar os casos de violência contra líderes sociais e camponeses, reconhecer o direito ao território dos povos indígenas e quilombolas, assim como diversificar a base econômica do país, com uma perspectiva de desenvolvimento sustentável.

De acordo com o primeiro informe do Ministério de Relações Exteriores, 190 mil pessoas votaram no exterior, representando 24% do eleitorado.

O poder eleitoral realiza uma contagem rápida, em cima dos dados prévios transmitidos pelos jurados eleitorais em cada uma das 102 mil mesas espalhadas pelos 32 departamentos e o distrito capital. Os resultados oficiais, no entanto, devem ser divulgados durante a semana.

Cerca de 400 pessoas acompanham a eleição em 27 missões de observação eleitoral.

No primeiro boletim, a Missão de Observação Eleitoral (MOE) registrou 119 irregularidades, como compra de votos ou pressão por algum candidato.

Além disso, em 62% das mesas observadas não foram instaladas máquinas de reconhecimento biométrico, em 36% das zonas eleitorais faltaram jurados e em 22% das mesas não havia presença de testemunhas eleitorais.

O ministro da Defesa, Diego Molano assegura que a jornada transcorreu com tranquilidade, apesar de que foram registradas três explosões nos departamentos de Caquetá e Guaviare. Segundo Molano, foram fatos isolados que não estavam relacionados com a eleição.

Já o ministro do Interior, Daniel Palacios disse ter recebido 584 denúncias de irregularidades eleitorais, 506 dentro do país e os outros casos foram registrados nos Estados Unidos, Canadá e Espanha. “98 foram por constrangimento ao votante, 81 por intervenção política dos servidores públicos e 50 por vigilância do processo eleitoral”, declarou o funcionário.

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Por conta das irregularidades, duas pessoas foram detidas nos departamentos de Nariño e Cauca. O poder eleitoral também teve de alterar o local de votação de 31 mesas por questões climáticas.

“O processo foi bastante rápido. Esperamos que venha a mudança, porque já estamos cansados, principalmente as classes médias e baixas. O Estado não está funcionando como deveria”, disse Edgar Malagon, eleitor da região de Teusaquillo, na capital colombiana. Martha Rocio, eleitora da região central de Bogotá também diz esperar uma mudança “pelos jovens, que eles tenham trabalho, que possam estudar, é por eles que eu venho votar”.

Com informações do UOL e Brasil de Fato