Conflito

Federação dos jornalistas apoia palestinos e pede cessar-fogo em Gaza e segurança para a imprensa

Entidade máxima da categoria no Brasil, Fenaj se juntou ao sindicato da Palestina e a federação internacional em apelo por cessar-fogo imediato. E também por garantias de proteção internacional a esses trabalhadores contra os sistemáticos ataques e assassinatos

APAImages/Wikimedia Commons
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Israel continua a negar qualquer intenção de atingir civis palestinos, afirmando que seu único objetivo é neutralizar o Hamas

São Paulo – A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), entidade máxima de representação da categoria no Brasil, juntou-se ao sindicato da categoria na Palestina e à federação internacional (FIJ) em apelo por cessar-fogo imediato. E também à Organização das Nações Unidas (ONU), por garantias de proteção internacional a esses trabalhadores contra os sistemáticos ataques e assassinatos. As entidades pedem ainda a preservação dos direitos e o acesso à Internet e a outros meios de comunicação, para que seja possível transmitir ao mundo todo informações e imagens sobre o conflito em Gaza.

Em nota divulgada na sexta-feira (13), destacou dados do Comitê das Liberdades do Sindicato dos Jornalistas da Palestina (PSJ, em inglês). Desde o início do conflito na Faixa de Gaza, no último dia 7, até a noite dessa sexta, 10 jornalistas palestinos foram mortos por mísseis aéreos de Israel. Outros dois profissionais estão desaparecidos. Ao menos 50 instituições de comunicação social foram destruídas e mais de 45 violações ao trabalho da imprensa foram registradas na Cisjordânia e em Jerusalém. Ao mesmo tempo, os crimes se estendem aos jornalistas no Líbano.

Segundo o Comitê. os jornalistas na Faixa de Gaza enfrentam uma situação muito perigosa, decorrente dos bombardeios da ocupação israelense. Além disso, há o registro de 20 feridos. Os números, porém, podem estar subnotificados, devido às dificuldades de comunicação. Pelo menos 20 desses profissionais tiveram suas casas destruídas. E foram registados, ainda, oito casos de tiroteio, nos quais três jornalistas ficaram feridos. Sem contar os 21 casos de detenção e impedimento de cobertura, oito de agressão física, sete de confisco e destruição de equipamento entre algumas outras violações.

Mídia não dá destaque às mortes de jornalistas em Gaza

Em sua nota, a Fenaj lembra que o combate à informação enganosa é um dos pilares do Código Internacional de Ética Profissional da FIJ e deve continuar a ser a espinha dorsal dos princípios profissionais dos jornalistas. E que o acesso a informações corretas é um dos direitos fundamentais dos cidadãos. Por isso reforça a necessidade de garantia das condições de segurança para que jornalistas palestinos possam reportar sobre o conflito a partir de seu território.

O jornalista Altamiro Borges lamenta que essa violência contra os profissionais não tenha destaque nas emissoras de televisão. E que tampouco seja “manchete dos jornalões e revistonas”. “Jorge Pontual e outros comentaristas da GloboNews não choraram pelos profissionais da imprensa assassinados. A mídia colonizada, com seu alinhamento automático à política externa dos EUA/Israel, até parece uma sucursal rastaquera do sionismo”, escreveu em seu blog.

Clique aqui e leia a íntegra do texto do jornalista.

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Redação: Cida de Oliveira