palestinos sob ataque

Expectativa da ONU é de devastação do norte de Gaza; Israel deu prazo para evacuação

Região tem cerca de 1,1 milhão de palestinos. Nesta quinta-feira, o exército de Israel informou às Nações Unidas que a população teria um dia para seguir para o sul

Reprodução/CNN
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Desde o último sábado, Israel já realizou mais de 2700 ataques contra a Faixa de Gaza

São Paulo – O porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU), Stéphane Dujarric, disse que a expectativa da invasão israelense no norte de Gaza, com cerca de 1,1 milhão de palestinos, teria “consequências humanitárias devastadoras”. Nesta quinta-feira (12), o exército de Israel informou à ONU que todos os palestinos da região norte da Faixa de Gaza devem se deslocar para o sul, indicando a invasão da região. 

“A ONU apela veementemente para que qualquer ordem desse tipo, se confirmada, seja revogada, evitando o que poderia transformar o que já é uma tragédia em uma situação calamitosa”, disse o porta voz Dujarric.

Segundo o exército israelense, 300 mil soldados estão na fronteira com o norte de Gaza, prontos para invadir o território. “Estaremos prontos caso o governo democrático de Israel decida por essa ação”, disse o major Roni Kaplan, porta-voz das forças de defesa de Israel em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (12). 

O governo da extrema direita de Benjamin Netanyahu em Israel alega que os alvos são os membros do Hamas, que já mataram cerca de mil israelenses. Organizações de direitos humanos, entretanto, afirmam que Israel vem atacando sistematicamente escolas, hospitais e abrigos para refugiados.

Ataques israelenses mataram funcionários da ONU

No entanto, segundo a agência Al Jazeera, o Hamas, o grupo palestino Hamas, que dirige a Faixa de Gaza, afirmou que o aviso de evacuação era “propaganda falsa”. E pediu para que os palestinos que moram no norte de Gaza “permaneçam firmes em suas casas e permaneçam firmes diante desta repugnante guerra psicológica travada pela ocupação israelense.

Segundo a diretora de comunicações da Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Juliette Touma, nove funcionários da agência foram mortos desde o início do ataque israelense contra a Faixa de Gaza.   

“A proteção dos civis é fundamental, inclusive em tempos de conflito […]. Eles deveriam ser protegidos de acordo com as leis da guerra”, disse Touma, em entrevista à Associated Press. No momento dos ataques, os profissionais da ONU mortos estavam em suas respectivas casas, espalhadas por todo o território de Gaza.  

Crimes de guerra do governo de extrema direita de Israel

A diretora também afirmou que 18 escolas da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) foram destruídas durante os bombardeios israelenses.  

Na quarta-feira (11), a comissão de inquérito da ONU sobre o território palestino ocupado informou que há “claras evidências” de que o governo de extrema direita de Benjamin Netanyahu está cometendo crimes de guerra. 

A comitiva declarou que está “seriamente preocupada com o mais recente ataque de Israel a Gaza” e com o “cerco total” à área. Isso envolve bloqueio do acesso à água, alimentos, eletricidade, combustível e medicamentos. Para a ONU, “sem dúvida, custará vidas civis e constituirá um castigo coletivo”.  

Redação: Cida de Oliveira, com BdF


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