Disparidades

Na abertura da conferência da OIT, diretor pede agenda social global: ‘Ninguém deve esconder a cabeça na areia’

Encontro em Genebra reúne até o dia 16 representantes de governos, trabalhadores e empregadores dos 187 Estados membros

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São Paulo – Na abertura da 111ª Conferência Internacional do Trabalho, ontem (5), em Genebra, o diretor geral da OIT, Gilbert Houngbo, afirmou que a agenda social precisa estar presente em todas as instâncias – locais, regionais e internacionais – para combater as crescentes disparidades econômicas. “Minha mensagem é simples. Ninguém deve esconder a cabeça na areia”, declarou Houngbo, ex-primeiro-ministro de Togo e primeiro africano a comandar a OIT. Ele defendeu a formação de uma “coalizão mundial” por justiça social.

O encontro, que vai até o próximo dia 16, reúne delegados de governos, trabalhadores e empresários dos 187 Estados membros da OIT. Entre os principais temas, educação de qualidade, proteção social, revisão de normas internacionais e igualdade entre homens e mulheres no trabalho.

Delegação brasileira

Pelo Brasil, está prevista a presença dos ministros Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) e Silvio de Almeida (Direitos Humanos e Cidadania). O delegado dos empregadores é o presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros. Já o representante dos trabalhadores será o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antonio Lisboa.

“A quarta revolução industrial, que promete uma transformação radical dos métodos de produção, as mudanças demográficas e a imperiosa necessidade de descarbonizar a economia são oportunidades para um futuro melhor para todos”, afirmou o diretor-geral da OIT. “Mas ao mesmo tempo (…) 4 bilhões de nossos concidadãos carecem de proteção social e 214 milhões de trabalhadores ganham abaixo da linha da pobreza. (…). Grande número de micro e pequenas empresas, criadoras de emprego, quebrou. E como explicar que as mulheres ganhem em média 20% a menos que seus colegas masculinos?”

Em sua coluna no portal UOL, o jornalista Jamil Chade informou que o governo brasileiro se absteve hoje em votação relativa à prisão de líderes sindicais e violação de direitos dos trabalhadores em Belarus, país aliado da Rússia. Dessa forma, o governo foi condenado com 41 votos, ante quatro contrários e quatro abstenções, entre as quais a do Brasil. O representante dos trabalhadores votou pela condenação.