Colômbia diz que avalia permanência na Unasul

Os chanceleres e ministros de Defesa da Unasul concluíram a reunião no Equador sem acordo definitivo por transparência nas políticas de segurança

Bogotá – A Colômbia sinalizou nesta quarta-feira (16) que poderá sair da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), alegando falta de sensibilidade dos Estados membros diante dos problemas de insegurança que afetam o país, como narcotráfico, terrorismo e tráfico de armas.

O ministro da Defesa colombiano, Gabriel Silva, disse que a reunião da Unasul realizada na terça-feira (15), em Quito, foi tensa e difícil porque houve uma aliança de países contra a Colômbia para questionar o acordo de cooperação militar com os Estados Unidos, ignorando outros temas sensíveis para a segurança da região.

“Eventualmente, se este impasse se perpetuar e não virmos uma preocupação pelo armamentismo, o tráfico de armas, o narcotráfico, o crime organizado, se não houver sensibilidade por esses temas que são os dos colombianos… essa possibilidade precisaria ser avaliada”, disse Silva em declarações à rádio Caracol.

Os chanceleres e ministros de Defesa da Unasul concluíram a reunião no Equador sem acordo definitivo por transparência nas políticas de segurança, em meio à negativa da Colômbia de revelar os detalhes de um acordo militar com os Estados Unidos.

O tratado autoriza militares norte-americanos a utilizar sete bases na Colômbia para operações contra o narcotráfico e o terrorismo, o que despertou fortes críticas de países como Venezuela e Bolívia.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, o mais duro crítico dos EUA na região, considera que o acordo é uma ameaça para sua revolução bolivariana e um passo a mais a favor dos EUA na intenção de invadir seu território.

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, argumenta que o convênio não autoriza os EUA a lançar operações ofensivas contra terceiros países, sem conseguir acalmar os ânimos dos vizinhos.

Silva garantiu que depois que a Colômbia assinar o acordo, o país está disposto a revelar os detalhes do documento à Unasul, desde que os outros integrantes do bloco façam o mesmo com a compra de armas e convênios assinados com outros países.

Fonte: Reuters