São Paulo – Ao menos 26 pessoas morreram e outras 56 ficaram feridas no ataque contra o hotel Splendid na capital, Ouagadogou, perpetrado por um braço da Al Qaeda que atua na região africana, na noite desta sexta-feira (15).

De acordo com dados do governo, as vítimas são provenientes de 18 nacionalidades diferentes e mais de 150 pessoas foram resgatadas durante uma intervenção do Exército no local.

“A situação que estamos enfrentando desde ontem em Burkina Faso não tem precedentes”, disse o presidente, Roch Marc Christian Kabore, citado pela Reuters. “Pedimos que o povo de Burkina fique vigilante e corajoso pois precisamos incluir os ataques terroristas como parte integral de nossa luta diária”.

Segundo Kabore, três jihadistas morreram durante esta operação de libertação dos reféns. As autoridades decretaram 72 horas de luto nacional.

“A situação está sob controle em geral, mas é possível que haja algum infiltrado em alguma parte”, advertiu o primeiro-ministro, Paul Kaba Thiéba, depois de se reunir com o gabinete para avaliar a situação.

O ataque da Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) teve início às 20h30 locais (18h30 de Brasília). Os atacantes incendiaram veículos, detonaram um carro-bomba na entrada e depois começaram a disparar indiscriminadamente em hóspedes e funcionários do hotel, tomando reféns.

A contraofensiva do Exército ao hotel começou à 1h30 (23h30 de sexta em Brasília) e contou com a participação de forças especiais francesas e agentes dos serviços de inteligência dos Estados Unidos, que têm bases militares no país para lutar contra o extremismo islâmico no Sahel.

Em áudio divulgado após o atentado, os jihadistas da AQMI disseram que a ofensiva foi uma resposta de “vingança” à França e aos “fiéis ocidentais”. O mesmo grupo realizou um ataque semelhante no Mali, país da mesma região, em novembro passado, quando mataram 21 pessoas no hotel Radisson Blu.

Em comunicado divulgado neste sábado (16), o Itamaraty condenou, “nos mais veementes termos” o ataque contra o hotel Splendid.

As autoridades brasileiras transmitiram suas condolências “às vítimas, ao povo e ao governo de Burkina Fasso”, expressando seu “firme repúdio a qualquer forma de terrorismo, independentemente de sua motivação”.

Já o presidente da França, François Hollande manifestou seu apoio à população e a Kabore, recordando que as forças francesas colaboram com as do país. Em paralelo, o premiê francês tuitou: “Ao atacar #BurkinaFaso, os terroristas bateram de novo o mundo. Juntos responderemos e venceremos”.