Dia Mundial do Rádio

A importância das rádios em situações de emergência

A ONU, através de missões de paz, mantém rádios em países africanos; relatos de pessoas que vivem este cotidiano são expostos em comemoração do Dia Mundial do Rádio

Rádio Mikado FM, Mali, divulgação

Conhecida como ‘A Rádio da Paz’, a Mikado FM exerce importante função em situações de emergência

São Paulo – O Dia Mundial do Rádio foi comemorado hoje (13) e o tema proposto para celebrar a data girou em torno do papel desse veículo para situações de emergência e desastre. “O rádio é um dos nossos mais fortes aliados para enfrentar desastres naturais e crises humanitárias. Ele nos permite prevenir perigos e mobilizar salvamentos”, afirmou a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova.

No Brasil, a Unesco se mobilizou com outras duas instituições: a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a TV do governo federal, NBR, para exibir alertas sobre o zika virus, simbolizando uma situação emergencial. Entrevistas e chamadas estão sendo exibidas visando o combate ao mosquito transmissor da doença, Aedes aegypti. Em todo o mundo, o dia foi marcado por meio de parcerias com emissoras, além das rádios mantidas por missões de paz da entidade.

A ONU mantém, através da Missão das Nações Unidas no Mali (Minusma), a Mikado FM, que transmite sua programação para todo o território maliano. Conhecida como “A Rádio da Paz”, o veículo, de acordo com a Rádio ONU, exerce importante função em situações de emergência ou de desastres naturais. Diversos outros países contam com estruturas semelhantes.

Um levantamento da Rádio ONU – que completa dez anos hoje – trouxe experiências sobre rádios coordenadas por missões de paz para marcar o Dia Mundial do Rádio.

“De hora a hora nós tínhamos anúncios públicos, onde indicávamos e dizíamos à população como se comportar”, disse Joyce Fernandes de Pina, produtora da emissora, sobre um evento em particular, onde homens armados tomaram um prédio na capital de Mali, Bamako. “Foi um papel preponderante que a rádio teve, em coordenação com as forças nacionais malianas. É um exemplo clássico de que as rádios em operações de paz podem fazer”, concluiu.

Também no continente africano, a Rádio Okapi, comandada pela Missão da ONU na República Democrática do Congo (Monusco), exerce mesma função. “Estamos a falar de uma região onde continua a haver instabilidade, muitos deslocados internos, onde ainda há muita pobreza e onde a tecnologia não é muito avançada”, afirma Carlos Araújo, chefe de Comunicação da Missão Conjunta da ONU e da União Africana em Darfur (Unamid).

Em países da África subsaariana, boa parte da população não é alfabetizada, o que agrega valor à comunicação oral. A Rádio Mikado, por exemplo, além de informações de conflitos e períodos de risco, também traz programas sobre o dia a dia, higiene e saneamento, por exemplo.

A tradição oral também influencia, mesmo com a inserção da alfabetização e de novas tecnologias, como explica Vladimir Monteiro, porta-voz da Missão da ONU na República Centro-Africana (Minusca) e da Rádio Guira FM, sediada na cidade de Bangui. “As sociedades africanas continuam a ser sociedades orais. A transmissão de uma pessoa para a outra através do rádio tem sido extremamente importante. Essas rádios contribuíram com reportagens específicas sobre determinados temas, como prevenção de doenças e objetivos de desenvolvimento”, explicou.

Com informações da Rádio ONU

Leia também

Últimas notícias