Brasil e Paraguai se unem para conter violência na região de fronteira

Presidente Lula durante encerramento do seminário empresarial ‘Brasil-Paraguai: Perspectivas de Comércio e Investimentos na Fronteira’ (Foto: Ricardo Stuckert/PR) Ponta Porã (MS) e Brasília – Os governos do Brasil e do […]

Presidente Lula durante encerramento do seminário empresarial ‘Brasil-Paraguai: Perspectivas de Comércio e Investimentos na Fronteira’ (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Ponta Porã (MS) e Brasília – Os governos do Brasil e do Paraguai intensificarão o esquema de segurança na fronteira entre os dois países para tentar conter o avanço da violência na região. O ministro da Justiça, Luiz Paulo Teles Barreto, anunciou nesta terça-feira (3) que serão implementados projetos que unem as forças da Polícia Especializada de Fronteira, Polícia Federal e secretarias de Segurança Pública. A ideia é manter 46 homens da Força Nacional de prontidão na região. Segundo ele, a medida será estendida às 11 fronteiras do Brasil e seus vizinhos.

No total, serão dispostos 46 homens em cada uma das 11 fronteiras. O objetivo, segundo Teles Barreto, é investir no total cerca de R$ 56 milhões. De acordo com ele, cada uma dessas regiões de fronteira tem suas peculiaridades – do crime organizado às ações transacionais. “A partir daí, uma integração nacional inédita que vamos começar, então a um combate mais sistemático, envolvendo inteligência com relação a estes delitos”, disse o ministro.

Teles Barreto está em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, na fronteira do Brasil com o Paraguai, acompanhando as reuniões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente paraguaio, Fernando Lugo. Ambos discutem medidas emergenciais para conter o avanço da violência e das ações conjuntas do Primeiro Comando da Capital (PCC) – facção criminosa brasileira – com o Exército do Povo Paraguaio (EPP) e as Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (Farc).

Segundo o ministro, a parceria com o Paraguai é a resposta rápida às expectativas das sociedade brasileira e paraguaia. “Com isso, vamos dar uma resposta muito concreta à entrada de ilegais nas nossas fronteiras. E aí, com as bases, o nosso interesse é em como empreender a cooperação com o país vizinho, a fim de combatermos, em conjunto, estes crimes que atingem os dois países”, disse.

Na semana passada, o senador paraguaio Roberto Acevedo, do Partido Liberal, foi alvo de um atentado na cidade de Pedro Juan Caballero, que fica na fronteira entre o Paraguai e o Brasil. Ele conseguiu escapar apenas com alguns ferimentos, mas dois de seus assessores morreram. Dois brasileiros foram presos sob suspeita de envolvimento no episódio.

A visita de Lula à região está cercada por um forte esquema de segurança mantido por militares brasileiros e paraguaios. São integrantes do Exército e da Polícia Militar do Brasil e do Paraguai. A maior parte das reuniões realizadas hoje ocorre em ambientes fechados.

Lula

Durante o evento, Lula afirmou que há “mais gente honesta, trabalhadora e decente do que traficantes” na região. “Temos que ter em mente que na fronteira do Brasil, nós temos muito mais gente honesta, trabalhadora e decente do que traficantes. Nós sabemos que o narcotráfico é uma organização poderosa. É uma coisa difícil”, disse Lula que se reuniu hoje com o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, para tratar entre outros temas sobre a violência na região fronteiriça.

Em seguida, o presidente lembrou que a área envolve 16 mil quilômetros de fronteira seca e mais 8 quilômetros (km) por mar. No total, o Brasil tem 11 fronteiras, na região apenas com o Chile e Equador não há áreas fronteiriças. “Em 500 anos de história não teve tanto investimento para segurança na fronteira [com o Paraguai]”, reclamou Lula.