Brasil confirma que pode colaborar em novo resgate de reféns das Farc
Pai do sargento Pablo Emílio Moncayo, Gustavo Moncayo, segura cartaz com a foto do filho, sequestrado pelas Farc em 1997, em protesto em Bogotá (Foto: Jose Miguel Gomez. Reuters) O […]
Publicado 18/02/2010 - 15h54
Pai do sargento Pablo Emílio Moncayo, Gustavo Moncayo, segura cartaz com a foto do filho, sequestrado pelas Farc em 1997, em protesto em Bogotá (Foto: Jose Miguel Gomez. Reuters)
O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, confirmou nesta quinta-feira (18) que o Brasil pode mandar ajuda à Colômbia para a libertação de reféns das Farc, grupo armado que atua no país vizinho.
A operação, anunciada pela primeira vez no ano passado, inclui a libertação do sargento Pablo Emílio Moncayo, o mais antigo refém das forças, há mais de uma década em cativeiro, além do soldado Josué Daniel Calvo e a devolução dos restos mortais do oficial da polícia Julián Ernesto Guevara, que morreu cativo.
Marco Aurélio Garcia lembrou que o Brasil contribuiu para outras operações de libertação em território colombiano. “Se houver solicitação do governo colombiano e acordo das Farc, nós estudaremos com simpatia esta hipótese. Todas as iniciativas que possam favorecer a paz têm o nosso apoio”, afirmou.
Uma reunião deve ser realizada ainda esta semana para definir os procedimentos da operação. De acordo com a TeleSur, as conversas contarão com a Cruz Vermelha Internacional, que também vai coordenar a missão, e com representantes diplomáticos do Brasil.
O secretário da Conferência Episcopal, monsenhor Juan Vicente Córdoba, também vai participar do encontro e demonstra otimismo. “Temos de nos animarmos, mas sempre com os pés no chão para evitar nova frustração e que se cante vitória antes do tempo”, pontuou.
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, aproveita a ocasião para dar projeção àquele que considera seu trunfo político: a chamada guerra ao terror. Nesta quinta, ele acusou as Farc de buscarem destaque eleitoral, já que o país tem este ano votação para presidente e Legislativo.
“Estes terroristas das Farc vêm protelando a libertação, prolongando a tortura simplesmente para fazer uma farsa eleitoral. Isso é muito grave, querer fazer ‘protagonismo’ eleitoral pelo terrorismo das Farc com a dor dos sequestrados”, disse Uribe a uma rádio local.
Foi por conta de uma exigência de Uribe que a libertação de Moncayo e Calvo não se concretizou em 2009. Na ocasião, o presidente queria que as Farc libertassem outros 24 policiais em seu poder.
Com informações da Reuters e da Agência Brasil.