Argentina edita decreto que limita ação da Inglaterra nas Ilhas Malvinas

A ilha ao sul do continente sul-americano é pivô de disputas entre os dois países desde o século 19

Brasília – O governo da Argentina aumentou a pressão sobre a Inglaterra ao decretar que todos os barcos e navios que quiserem transitar por águas do país devam pedir autorização oficial.

A medida ocorre no momento em que as empresas de petróleo inglesas anunciaram o início das atividades de exploração de hidrocarbonetos na área das iIhas Malvinas – região que gera disputa entre os dois países desde o século 19.

O vice-chanceler da Argentina, Victorio Taccetti, reconheceu nesta quarta-feira (17) que será mais caro e difícil para as empresas britânicas a exploração de petróleo na área das Malvinas. “O decreto é parte da estratégia de defesa de nossos legítimos direitos [sobre as Malvinas), que são desconhecidos sistematicamente pelo governo britânico”, afirmou.

Argentinos e ingleses disputam o controle sobre as ilhas desde o século 19. No governo do ex-presidente Néstor Kirchner houve campanha para retomar o controle da região. Em 1982, a Argentina e a Inglaterra partiram para o confronto armado na área.

Segundo Cristina Kirchner, o  objetivo do decreto é defender os direitos dos argentinos. A execução do decreto será coordenada por uma comissão interministerial – formada por cinco ministérios sob coordenação das Relações Exteriores e da Economia.

“Eles [os ingleses] querem explorar unilateral e ilegitimamente os recursos naturais que são da Argentina. [Por isso] a Argentina deve tomar medidas apropriadas para defender seus interesses e direitos”, disse o vice-chanceler.

Segundo Taccetti, a Organização das Nações Unidas (ONU) admite que existe “um litígio entre os dois países”. De acordo com ele, os países vizinhos na América do Sul apoiam a Argentina. Porém, internamente, o governo Kirchner sofre críticas e cobranças sobre o decreto e seus efeitos. O vice-ministro afirmou que está aberto a prestar os esclarecimentos necessários ao Congresso.

“Estamos abertos a explicar o que foi feito e o que está sendo feito a qualquer momento”, disse Taccetti. ““Isso felizmente é uma questão da qual todos os argentinos são muito próximos”, acrescentou.

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