Bolívia diz que luta antidrogas melhorou após expulsão de órgão dos EUA

La Paz – O governo da Bolívia informou hoje (24) que a luta antidrogas no país obteve “melhores resultados e sem violar os direitos humanos” após a expulsão do país, […]

La Paz – O governo da Bolívia informou hoje (24) que a luta antidrogas no país obteve “melhores resultados e sem violar os direitos humanos” após a expulsão do país, em 2008, da Agência Antidrogas Americana (DEA). “Com a saída da DEA, a Bolívia recuperou sua dignidade e soberania e melhorou os resultados na luta contra as drogas. Com a DEA, desde 1999 a 2005 ocorreram 29 mortes e 468 pessoas ficaram feridas sobre o pretexto da erradicação da coca excedente”, afirmou o Ministério do Governo em comunicado enviado aos meios de comunicação.

Este pronunciamento oficial foi divulgado depois que ontem os Estados Unidos anuciaram a decisão de fechar seu escritório de assistência na luta antinarcóticos na Bolívia, conhecido como NAS, após quase 40 anos de trabalho no país.

Após a expulsão da DEA do país andino sob acusações de conspiração contra o governo, o que é negado pelos Estados Unidos, “foram obtidos resultados históricos (…) reconhecidos pelo Escritório das Nações Unidas Contra a Droga e o Delito (UNODC)”, prossegue a nota.

Dito organismo, lembra o comunicado, certificou em setembro de 2012 que a Bolívia reduziu suas plantações de coca em 12%, com um total de 27.200 hectares de coca ilícita. As operações realizados pela DEA na Bolívia, segundo o Ministério de Governo, foram de 32.700 hectares entre 1999 e 2005, “enquanto de 2006 a 2012 esse número aumentou para 82.987”.

“Quando a DEA manejava a luta contra as drogas, foram apreendeu 55 toneladas métricas de cocaína, mas desde 2006 até 2012 a polícia antidrogas da Bolívia apreendeu 187 toneladas métricas” da droga, ressalta o comunicado. O comunicado também destaca o aumento nos números de destruição de fábricas e ribeiras de maceração de droga.

O anúncio do fechamento dos escritórios do NAS ocorre três semanas depois que Morales comunicou a decisão de expulsar a agência americana de cooperação internacional (Usaid), após acusá-la de ingerência política e conspiração, denúncia que o governo dos Estados Unidos rejeitou.

Segundo o Executivo boliviano, funcionários de ambos os Governos estão envolvidos atualmente para que a retirada de Usaid seja “ordenada” e “transparente”, embora não precisaram a data em que o processo será concluído.

A Bolívia e EUA não mantêm relação em nível de embaixadores desde 2008, quando o Governo de Morales expulsou o então embaixador americano, Philip Goldberg, sob acusações de conspiração, e os EUA responderam expulsando o boliviano Gustavo Guzmán.