Bispo de Trípoli denuncia que bombas da coalizão mataram 40 civis
São Paulo – Pelo menos 40 civis morreram em um bombardeio da coalizão internacional sobre Trípoli, capital da Líbia. O país está sob ataques de forças dos Estados Unidos, Reino […]
Publicado 31/03/2011 - 17h26
São Paulo – Pelo menos 40 civis morreram em um bombardeio da coalizão internacional sobre Trípoli, capital da Líbia. O país está sob ataques de forças dos Estados Unidos, Reino Unido e França, entre outros países, desde o dia 19 de março. A informação sobre as vítimas é do bispo da Igreja Católica na Líbia, Giovanni Innocenzo Martinelli, nesta quinta-feira (31).
A declaração foi dada no dia em que a Organizaçaõ do Tratado do Atlântico Norte (Otan) assumiu o controle de todas as operações na Líbia. Até quarta-feira (30), Estados Unidos, Reino Unido e França comandavam as ações decorrentes da resolução 1.973 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A decisão haviasido tomada no domingo (25).
“Os chamados ‘bombardeios humanitários’ causaram dezenas de vítimas entre civis em alguns bairros de Trípoli. Em Buslim, um edifício civil foi destruído, causando a morte de 40 pessoas”, disse Martinelli em Trípoli à agência de notícias vaticana Fides. Ele defendeu a busca de uma solução diplomática para “pôr fim ao derramamento de sangue entre os líbios” e uma forma de oferecer uma “saída digna” do poder a Muammar Khadafi.
Hospitais da capital também foram atingidos por bombardeiros, segundo o bispo. “Embora se saiba que os bombardeios buscam atacar somente alvos militares, é certo também que eles atingem alvos em bairros civis, afetando a população”, declarou.
As denúncias de mortes de civis aumentam os questionamentos à ação militar no país. No Conselho de Segurança, países sem assento permanente, como Brasil, Índia e Alemanha, e outros dois, com direito a veto – China e Rússia – abstiveram-se. Depois, governantes destes dois últimos países fizeram duras críticas à ação e aos resultados do ponto de vista humanitário.
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