São Paulo – A tensão no leste da Europa deu uma perigosa escalada esta semana. Nesta terça-feira (4), duas notícias confirmaram que as ameaças estão ultrapassando geopoliticamente a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Moscou já enviou à Bielorrússia mísseis táticos Iskander-M, que têm capacidade nuclear. As informações dão conta de que os militares bielorrussos já iniciaram o treinamento para o uso dessas armas nucleares táticas, segundo divulgou a imprensa europeia, incluindo a mídia russa.

“Um sistema de mísseis tático operacional Iskander-M foi entregue às Forças Armadas bielorrussas. Ele permite o uso tanto de mísseis comuns quanto nucleares”, afirmou Sergei Shoigu, ministro da Defesa da Rússia.

Paralelamente, a Finlândia já é considerada o 31º membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar europeia liderada pelos Estados Unidos do lado ocidental do oceano. A adesão de Helsinque foi viabilizada após o parlamento turco aprovar a medida na última quinta-feira (30 ).

O ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto, assinou o acordo na sede da Otan em Bruxelas. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, presente à cerimônia, declarou que hoje é “um dia histórico”. O processo deve ser formalmente finalizado em uma cúpula da organização atlanticista em julho na Lituânia.

“Olho por olho“

Sobre o armamento tático entregue à Bielorrúsia, governada pelo presidente Aleksandr Lukashenko, aliado de Vladimir Putin, o ministro da Defesa russo disse que “parte dos aviões da aviação de assalto (daquele país) obtiveram a capacidade de realizar ataques nucleares contra alvos inimigos”. Shoigu acrescentou que a Otan está expandindo o apoio conta os russos, o que fica claro com a intenção de fornecer mais de 200 tanques à Ucrânia.

“A Otan está provocando a escalada do conflito”, disse. “A Otan realiza uma série de atividades para aumentar a prontidão militar dos Exércitos da aliança, executa ativamente treinamentos militares e atividades de inteligência próximo da fronteira russa e bielorrussa. Em pouco tempo, a Finlândia se tornará um membro da aliança. Claro que tudo isso cria um risco significativo de expandir o conflito, mas não influenciará a operação especial”, disse Shoigu em referência à guerra na Ucrânia.

Veja no mapa que Finlândia (aliada dos EUA) e Bielorrússia (ou Belarus) fazem fronteira com a Rússia:

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