Tensões no Oriente Médio

Aviões israelenses atacam consulado do Irã na Síria

Entre os mortos, está o comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã. Governo fala em retaliação

Gideon Markowicz/EPA/Agência Lusa
Gideon Markowicz/EPA/Agência Lusa
"Essa vitória exige a entrada em Rafah e a eliminação dos batalhões terroristas de lá. Isso acontecerá. Há uma data"

São Paulo – Aviões militares de Israel atingiram nesta segunda-feira (1º) o consulado do Irã em Damasco, na Síria. O ataque resultou em um número ainda incerto de mortos. Entre eles, Mohammad Reza Zahedi, comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã. Os relatos são da mídia estatal iraniana. A ação faz parte de uma investida do governo de Benjamin Netanyahu contra parte do mundo árabe.

A Guarda Revolucionária do Irã anunciou que sete de seus membros, incluindo três comandantes, morreram no bombardeio israelense. Entre os mortos, destacam-se também Mohammad Hadi Haji Rahimi, o segundo no comando de Zahedi, e outro comandante sênior. Todos integrantes da Força Qods, o braço de operações exteriores da armada iraniana.

Hossein Akbari, embaixador do Irã na Síria, confirmou que os israelenses alvejaram o consulado com seis mísseis disparados de caças F-35. O governo iraniano diz que o ataque foi “grave violação dos regulamentos internacionais, especialmente da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961”.

O Irã faz forte oposição regional contra as investidas israelenses na Faixa de Gaza. Desde outubro do ano passado, o regime sionista comanda um massacre contra palestinos nesta, que é a última região independente dos palestinos. Mais de 30 mil já morreram, grande maioria civis, mais de 60% mulheres e crianças.

Consequências da ação

O governo iraniano imputou a Israel a responsabilidade pelas consequências do ataque ao consulado em Damasco. De acordo com o relato do ministro de Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, durante conversa telefônica com o ministro de Relações Exteriores da Síria, haverá resposta. Dessa forma, preliminarmente, o governo do Irã considera que o alvo era Mohammad Reza Zahedi.

Um porta-voz militar de Israel absteve-se de fazer comentários sobre as notícias na mídia estrangeira. Entretanto, o jornal americano The New York Times afirmou que entrevistou quatro autoridades israelenses. Sob anonimato, elas confirmaram a execução do ataque, sem, no entanto, corroborar a morte do comandante.

O canal de TV estatal da Síria confirmou o ataque ao prédio do consulado. Adicionalmente, a mídia do Irã reportou que um edifício próximo à embaixada também foi atingido, com a agência de notícias dos estudantes iranianos alegando que os alvos eram tanto o consulado quanto a residência do embaixador.

O ministro de Relações Exteriores do Irã também condenou veementemente o ataque ao consulado em Damasco, caracterizando-o como uma violação flagrante de todas as convenções internacionais. Apesar de escapar ileso, o embaixador do Irã na Síria, Hossein Akbari, assegurou que a resposta do Irã será enérgica, insinuando possível desdobramento das tensões na região.