Tensão no Oriente Médio

Irã condena bombardeio israelense na Síria, promete resposta e culpa EUA por apoio a Netanyahu

Autoridades iranianas afirmaram nesta terça (2) que Israel e Estados Unidos responderão pelo ataque ao Consulado em Damasco, na Síria, que matou 11 pessoas, incluindo sete membros da Guarda Revolucionária do Irã

Sputnik/Reprodução
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"O regime perverso sionista será castigado", advertiu o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, sobre o ataque de Israel ao consulado

São Paulo – O governo do Irã imputou a Israel e aos Estados Unidos a responsabilidade pelas consequências do ataque ao consulado em Damasco, na Síria, que matou 11 pessoas, incluindo sete membros da Guarda Revolucionária iraniana, nessa segunda-feira (1°). As autoridades do país prometeram hoje (2) uma resposta que ameaça intensificar ainda mais as tensões no Oriente Médio.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, o encarregado de negócios suíço em Teerã foi convocado pelo governo nesta terça para discutir o incidente. O encontro leva em conta o papel dado à Suíça na representação dos interesses dos EUA no Irã. “As dimensões do ataque terrorista e do crime do regime israelense foram explicadas e a responsabilidade da administração americana sublinhada”, afirmou o ministro.

“Uma mensagem importante foi transmitida à administração americana como apoiante do regime sionista. Os Estados Unidos deveriam ser responsáveis”, acrescentou Amir-Abdollahian. O governo do Irã suspeita que o alvo do atentado israelense era Mohammad Reza Zahedi. Comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã, ele foi um dos sete membros mortos após aviões militares de Israel atingirem o prédio da representação iraniana na capital síria.

‘Regime perverso sionista será castigado’

Hossein Akbari, embaixador do Irã no país, confirmou que os israelenses alvejaram o consulado com seis mísseis disparados de caças F-35. O que foi classificado como a mais “grave violação dos regulamentos internacionais, especialmente da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961”. O atentado seria um recado do governo de Benjamin Netanyahu ao Irã, que faz forte oposição regional contra as investidas israelenses na Faixa de Gaza.

Desde outubro do ano passado, o regime do primeiro-ministro de Israel comanda um massacre contra palestinos nesta, que é a última região independente da Palestina. Mais de 30 mil já morreram. A grande maioria civis, sendo que mais de 60% são mulheres e crianças.

“O regime perverso sionista será castigado”, advertiu o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei. “Esse crime covarde não ficará sem resposta”, acrescentou o presidente do Irã, Ebrahim Raisi. As Forças de Defesa de Israel (FDI) não comentaram publicamente sobre o ataque. Mas o porta-voz das FDI, Daniel Hagari, alegou que o edifício fosse um consulado. “Este é um edifício militar das forças Quds disfarçado de edifício civil em Damasco”, disse ele.

Repúdio a ONU

A execução do atentado, contudo foi confirmada ao jornal The New York Times. Sob anonimato, quatro autoridades israelenses confirmaram a responsabilidade de Israel sem, no entanto, corroborar a morte do comandante. Já os EUA afirmaram ao Irã que não tiveram envolvimento no ataque, segundo informações de agências de notícias internacionais. A pedido da Rússia, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) programou para esta terça uma sessão pública sobre o atentado.

O governo da China também repudiou o bombardeio israelense na região. A avaliação é que a atitude d Netanyahu pode provocar mais caos e instabilidade na região do Oriente Médio. “Não se pode violar a segurança das instituições diplomáticas e é necessário respeitar a soberania, independência e integridade territorial da Síria”, afirmou a representação chinesa.

Redação: Clara Assunção
(*) Com informações da AFP, UOL e CNN)


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