Guerra sem fim

Aumenta tensão entre Israel e Hezbollah na fronteira com o Líbano

Região já sofre com a pior guerra em décadas, no conflito desigual entre Israel e a Palestina, representada pelo grupo Hamas, desde o início de outubro

Reprodução/Redes Sociais
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Colunas de fumaça são vistas na região fronteiriça do norte de Israel com o sul do Líbano

São Paulo – Segundo informações divulgadas nas últimas 24 horas na Europa e Oriente Médio, o grupo libanês xiita Hezbollah vem disparando dezenas de foguetes e enviando drones com explosivos contra o norte de Israel. O mais recente desses ataques foi nesta quinta-feira (28). Com isso, aumenta a tensão e o risco de se alastrar a guerra na região, que já sofre com a pior guerra em décadas, no conflito desigual entre Israel e a Palestina, representada pelo grupo Hamas.

Na segunda-feira (25), um ataque aéreo israelense nas proximidades de Damasco (Síria) matou o conselheiro sênior da Guarda Revolucionária do Irã (GRI), Sayyed Razi Mousavi, responsável pela coordenação da aliança militar entre a Síria e o Irã.

“Ou o Hezbollah se afasta da fronteira israelense (com o Líbano), de acordo com a Resolução 1701 da ONU, ou nós mesmos o afastaremos”, ameaçou ontem o porta-voz do gabinete do primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu, Eylon Levy.

Ontem o Hezbollah lançou o maior número de ataques na fronteira em um único dia desde 8 de outubro, de acordo com relato divulgado pela Agência Reuters. “A situação na fronteira norte de Israel exige mudanças”, afirmou o ex-primeiro-ministro israelense Benny Gantz.

Citando como fonte o grupo xiita, a agência Al Jazeera reporta que um “atentado” israelense na noite de terça-feira (26) teve como alvo uma casa na cidade fronteiriça de Bint Jbeil, matando um combatente do Hezbollah e dois parentes. Depois disso, o grupo libanês afirmou ter disparado até 30 foguetes Katyusha contra a cidade israelense de Kiryat Shmona.

Ameaças sionistas

“O cronômetro para uma solução diplomática está quase zerado. Se o mundo e o governo libanês não agirem para evitar os disparos sobre os habitantes do norte de Israel e afastar o Hezbollah da fronteira, as Forças de Defesa de Israel o farão”, disse Gantz, usando palavras semelhantes às do porta-voz de Netanyahu, que já ameaçou transformar “unilateralmente Beirute e o sul do Líbano, a pouca distância daqui, em Gaza e Khan Yunis (cidade no sul da Faixa de Gaza)”, caso o Hezbollah partisse para uma guerra aberta.

O grupo xiita é financiado pelo Irã e considerado a força militar não-estatal mais poderosa do Oriente Médio. Em 2006, uma guerra entre o Hezbollah e Israel teve início quando a organização islâmica desferiu um ataque a tropas israelenses, que em resposta invadiram o sul do Líbano, na maior ação militar no país árabe desde a invasão de 1982.

Barbárie em Gaza

As forças israelenses não se restringem à retórica. Segundo o jornal britânico The Guardian, os militares israelenses disseram “lamentar os danos” causados por um ataque das Forças de Defesa de Israel (IDF) que matou dezenas de pessoas no campo de refugiados de Maghazi, no centro de Gaza, no início desta semana. Morreram cerca de 90 pessoas só nesse ataque.

Em nota divulgada hoje, o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, declarou que “o uso de táticas e armas militares em contextos de aplicação da lei, o uso de força desnecessária e desproporcional e a aplicação de restrições amplas, arbitrárias e discriminatórias ao movimento que afetam os palestinos são extremamente preocupantes”.