Mais de 25 mil mortos em Gaza, e Netanyahu rejeita cessar-fogo contra a Palestina
Ao rejeitar termos de rendição do Hamas, primeiro-ministro de Israel afirma que continuará contra a criação de um Estado palestino. Líder da UE fez pressão nesta segunda (22) para constituição dos dois Estados
Publicado 22/01/2024 - 15h19
São Paulo – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou “categoricamente” os termos de rendição feitos pelo Hamas para encerrar a guerra contra o povo palestino e libertar os reféns da Faixa de Gaza. Em comunicado, divulgado nesse domingo (21), o premiê declarou que “apenas a vitória total garantirá a eliminação do grupo extremista e o regresso de todos que foram capturados”.
“O Hamas exige, em troca da libertação dos nossos reféns, o fim da guerra, a retirada das nossas forças da Faixa de Gaza, a libertação dos assassinos e violadores de Nukhba (forças especiais de braço militar do Hamas) e a manutenção do Hamas”, afirmou Netanyahu. “Se concordássemos com isto, os nossos soldados teriam caído em vão”, acrescentou o sionista.
Netanyahu alegou que Israel não seria capaz de garantir a segurança de seus cidadãos caso concordasse com os termos impostos pelo Hamas. No entanto, de acordo com um membro do grupo palestino Sami Abu Zuhri, a recusa de encerrar a ofensiva militar “significa que não há chance de retorno dos reféns” israelenses, informou à Agência Reuters. A falta de acordo por parte do premiê também provocou revolta entre os familiares dos sequestrados, que protestaram em frente à residência de Netanyahu.
Mais de 25 mil palestinos mortos
A posição também agrava a condição da população da Palestina que, desde o inicio do novo conflito, no dia 7 de outubro de 2023, amarga mais de 25 mil vidas perdidas, até esta segunda (22). “Insistimos que o povo palestino tem capacidade de decidir seu futuro e gerenciar seus assuntos internos”, destacou o Hamas. No comunicado, Netanyahu também negou o estabelecimento de um Estado palestino. “Enquanto eu for primeiro-ministro, continuarei insistindo fortemente nisso”, escreveu.
Hoje, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, insistiu que a solução para o conflito israelense-palestino só será possível ser for baseada na criação dos dois Estados. “Queremos construir uma solução de dois Estados. Então, vamos conversar sobre isso”, disse Borrell ao chegar a uma reunião de ministros das Relações Exteriores da UE em Bruxelas. O chanceler espanhol, José Manuel Albares, também afirmou que Madri defende a convocação de uma conferência da paz para “implementar a solução de dois Estados”.