Primeiro de quatro dias

Palestinos aproveitam trégua em Gaza para tentar voltar para casa no norte

Tanques de Israel deixaram o enclave palestino na manhã desta sexta (24). Em contrapartida, o Hamas libertou 13 reféns. De acordo com jornal local, eles foram levados de volta a Israel e estão com a Cruz Vermelha

Agência Wafa
Agência Wafa
Ao longo desta sexta, milhares de famílias de palestinos deslocados forçadamente por Israel encheram as estradas do sul de Gaza para voltar para suas casas

São Paulo – Entrou em vigor nesta sexta-feira (24) a pausa temporária no conflito entre Israel e Hamas para a libertação de 150 prisioneiros palestinos em troca de reféns israelenses. Tanques militares de Israel foram fotografados deixando a Faixa de Gaza minutos depois do início da trégua, por volta das 7h, no horário local, às 2h no horário de Brasília. Pelo acordo, firmado há dois dias, a pausa nos embates deve durar quatro dias.

Nas horas que antecederam o cessar-fogo, contudo, as forças armadas de Israel bombardearam de forma intensa área do enclave palestino, sem contar os disparos de artilharia. Sirenes de alerta de bombas também soaram em territórios israelenses próximos a Gaza. A situação só começou a se acalmar de fato às 7h. Com a saída dos tanques, os primeiros caminhões de uma caravana de ajuda humanitária chegaram em Gaza através da fronteira de Rafah. A previsão é que 200 caminhões entrem diariamente com recursos e suportes aos civis palestinos.

O serviço prisional de Israel também confirmou o recebimento dos nomes das mulheres e crianças palestinas que serão libertadas, todos condenados por suposto terrorismo. Ainda na quarta (22), o Ministério da Justiça israelense divulgou uma relação com 300 prisioneiros palestinos que podem ser libertados em troca dos reféns. Desse total, 123 são menores de 18 anos. A lista incluiu supostos acusados por violação de fronteira, incitação ao terrorismo, porte de material explosivo e até mesmo “arremesso de pedras”.

Ajuda no norte de Gaza

Em contrapartida, o Hamas libertou 13 mulheres e crianças, de acordo com informações do jornal local Times of Israel. O primeiro grupo já foi levado de volta a Israel e está com a Cruz Vermelha. Esse é o primeiro acordo desde o início do conflito, no dia 7 de outubro, que já matou mais de 13.300 civis em Gaza, onde estão 2,3 milhões de palestinos desabrigados. 

Ao longo desta sexta, milhares de famílias de palestinos deslocados forçadamente por Israel encheram as estradas do sul de Gaza para voltar para suas casas, apesar da incerteza de que ainda estão em pé. Segundo dados das Nações Unidas, mais da metade dos edifícios do território foram danificados ou destruídos, principalmente no norte de Gaza. Na região, as agências de ajuda humanitária também vêm concentrando esforços para entregar suprimentos. Ali há colapso dos hospitais devido aos bombardeios e à falta de combustíveis. Os risco de desidratação e surto de doenças é grande.

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Redação: Clara Assunção


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