48 dias de guerra

Após acordo com Hamas, Israel divulga nomes de 300 prisioneiros palestinos para troca por reféns

O governo israelense e o Hamas concordaram em suspender por quatro dias os combates para libertar 50 reféns em Gaza em troca de 150 palestinos presos em Israel. Acordo prevê a entrada de ajuda humanitária no enclave sitiado 

Agência Wafa
Agência Wafa
A expectativa é de que os primeiros libertos sejam recebidos ainda nesta quinta (23)

São Paulo – O governo de Israel e o Hamas concordaram nesta quarta-feira (22) com uma trégua no conflito para permitir a libertação de 150 prisioneiros palestinos em troca de reféns israelenses. O processo se dará em quatro etapas, durante quatro dias, com a condição de que pelo menos 10 raptados israelenses sejam entregues às forças de segurança todos os dias. A pausa também permitirá que centenas de caminhões de ajuda humanitária, médica e com combustível entrem em Gaza, território palestino sitiado desde o início da nova fase da guerra.

Pelo acordo fechado, Israel se comprometeu a não atacar ou prender pessoas em todas as partes do enclave durante os quatro dias de trégua. O Ministério da Justiça israelense divulgou os nomes de 300 prisioneiros palestinos que podem ser libertados em troca dos reféns. O dobro da quantidade prevista inicialmente no acordo. Conforme o jornal Times of Israel, o governo de Benjamin Netanyahu considera que mais reféns sejam soltos além do que foi tratado.

Especula-se que o Hamas tenha mais de 200 reféns, raptados em ações em 7 de outubro, que deixaram 1.200 pessoas mortas. Na lista israelense, cerca de 123 pessoas têm menos de 18 anos. O governo de Benjamin Netanyahu se recusou a libertar prisioneiros supostamente condenados por assassinato. Dessa forma, a relação de prisioneiros incluiu acusados por violação de fronteira, incitação ao terrorismo, porte de material explosivo e até mesmo “arremesso de pedras”.

Primeiro acordo em 48 dias de conflito

No acordo, contudo, o Hamas afirmou que libertará 50 reféns em troca de 150 mulheres e crianças palestinas presas pelo regime sionista. A expectativa é de que os primeiros libertados sejam recebidos até amanhã.

Esse é o primeiro acordo desde o início do conflito que já matou mais de 13.300 civis em Gaza, onde estão 2,3 milhões de palestinos desabrigados. Autoridades do Catar e dos Estados Unidos também mediaram as negociações. O primeiro-ministro já afirmou publicamente, porém, que a ofensiva de Israel não mudou. “Estamos em guerra e continuaremos em guerra até atingirmos todos os nossos objetivos. Destruir o Hamas, devolver todos os nossos reféns e garantir que nenhuma entidade em Gaza possa ameaçar Israel”, ameaçou.

Até o momento, pelo menos quatro prisioneiros já foram libertados pelo grupo armado, duas cidadãs estadunidenses por “razões humanitárias” e duas israelenses idosas, de 79 e 85 anos.

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Redação: Clara Assunção
Com informações da Reuters e do UOL


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