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Ofensiva militar da Rússia na Síria pode ter atingido população civil

Chefe do Kremlin, Vladimir Putin, defendeu a legitimidade da intervenção na Síria, argumentando ter sido solicitada pelo próprio ditador Assad, contra o Estado Islâmico

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Putin: “Os primeiros relatos de vítimas entre civis surgiram antes mesmo de nossos aviões levantarem voo”

São Paulo – Mais de 50 aviões e helicópteros da Rússia participam de bombardeios contra as posições do Estado Islâmico (EI) na Síria, informou hoje (1), o Ministério da Defesa russo. Entretanto, alguns grupos de direitos humanos têm acusado as Forças Aéreas de atingir civis em uma das maiores intervenções russas no Oriente Médio em décadas.

“Podemos confirmar a completa destruição pelos Su-24M do centro de comando dos guerrilheiros do Estado Islâmico na região de Al Latamna”, declarou Igor Konashenkov, porta-voz militar russo, que acrescentou que seu país não pretende enviar tropas em terra firme à Síria.

Segundo o Ministério de Defesa, um armazém de munição onde jihadistas preparavam carros bomba também foi destruído durante 12 ataques — oito diurnos e quatro noturnos — contra posições do Estado Isâmico na região de Homs.

De acordo com o Kremlin, os militares russos receberam ordens para ter, como alvos, redes de comunicação, meios de transporte e arsenais de armas, munição e materiais explosivos que pertencem aos Estado Islâmico. Além disso, eles também têm uma lista, não divulgada, de outras organizações terroristas em atividade na Síria.

Entretanto, grupos como o Observatório Sírio de Direitos Humanos e como a CNFROS (Coalizão Nacional Síria), principal aliança opositora do país apoiada pelos EUA e por países ocidentais, denunciaram que a ofensiva russa também atingiu civis sírios.

Segundo o presidente da CNFROS, Khaled Joyaos, os bombardeios russos mataram 36 civis, cinco deles crianças, e atingiram áreas “totalmente livres” do EI ou de outros grupos terroristas como o Frente al Nusra.”Essas organizações foram derrotadas ali há um ano”, assegurou o Joyaos.

Por sua vez, o chefe do Kremlin, Vladimir Putin, defendeu a legitimidade da intervenção russa na Síria, por ter sido solicitada pelo próprio presidente, Bashar al Assad. “Outras nações têm bombardeado o território sírio por mais de um ano. Nós tivemos um convite e pretendemos lutar contra organizações terroristas e somente elas”, afirmou Putin.

“A mídia está reportando que a população civil está sofrendo, mas nós estamos preparados para esse tipo de ataque de informação: os primeiros relatos de vítimas entre civis surgiram antes mesmo de nossos aviões levantarem voo”, acrescentou.