Amorim considera positiva suspensão da pena de viúva iraniana

Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, considerou positiva a decisão do governo iraniano de suspender temporariamente a pena de morte por apedrejamento da viúva Sakineh Mohammadi Ashtiani, […]

Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, considerou positiva a decisão do governo iraniano de suspender temporariamente a pena de morte por apedrejamento da viúva Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, acusada de assassinato e adultério.

“É positivo que tenha sido suspenso. Evidentemente, isso é apenas um passo, e sempre tratamos isso com muito cuidado porque a maneira de defender a melhora das pessoas não é com estridência, nem com condenações fáticas, é com diálogo, que é o que fazemos”, afirmou Amorim nesta quarta-feira (8) depois de almoço com o chanceler de Lesoto, Mohlabi Kenneth Tsekoa.

O ministro disse ainda que espera falar com o ministro de Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, nas próximas horas ou nos próximos dias para ter mais informações sobre a nova situação de Sakineh.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irã, Ramin Mehmanparast, disse hoje que a sentença foi temporariamente suspensa para efeitos de revisão. A hipótese de pena de morte não está afastada e o apedrejamento pode ser substituído por enforcamento.

A viúva foi condenada no Irã sob acusação de ter participação na morte do marido e de ter mantido relações sexuais com dois homens. A acusação é rebatida por Sakineh e sua família. A condenação de Sakineh foi alvo de reações e críticas no mundo inteiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa da viúva e ofereceu o Brasil como destino para ela morar. A oferta de Lula foi recusada pelo governo iraniano.