Amorim alerta sobre acordo militar entre Colômbia e EUA

Encontro da Unasul, nesta sexta, vai discutir acordo, que enfrenta resistência de países vizinhos. Brasil convidou Obama para participar

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, fala sobre a possível instalação de bases norte-americanas em território colombiano, durante entrevista coletiva no Itamaraty (Foto: Valter Campanato/ABr)

Paris – O chanceler Celso Amorim manifestou nesta quinta-feira (27) a preocupação do Brasil com relação ao acordo militar que permitiria aos EUA usar sete bases militares da vizinha Colômbia, e disse torcer para que o encontro regional de sexta-feira na Argentina resolva essa questão.

O acordo enfrenta forte resistência de alguns lideres latino-americanos, especialmente do venezuelano Hugo Chávez, que o aponta como uma agressão “imperialista”.

Bogotá e Washington dizem que o acordo se destina a combater o narcotráfico e o terrorismo, e a Colômbia levou nesta semana à Organização dos Estados Americanos uma queixa contra a Venezuela por supostamente interferir nos seus assuntos internos.
Mas Amorim disse nesta quinta-feira, em Paris, que a Colômbia tem a obrigação de responder às preocupações de seus vizinhos.

“É claro que o Brasil respeita o direito soberano da Colômbia de assinar acordos internacionais que julgar relevantes para garantir a ordem em seu território”, disse o ministro das Relações Exteriores numa conferência de embaixadores franceses em Paris.
“Mas, mesmo assim, a presença de bases estrangeiras na América do Sul desperta sensibilidades de uma natureza política e até psicológica, que devem ser levadas em conta”, acrescentou.

Na opinião do chanceler, qualquer arranjo nesse sentido deveria conter garantias jurídicas quanto ao uso de pessoal e equipamentos estrangeiros.

Governantes sul-americanos se reúnem na sexta-feira na cidade argentina de Bariloche para discutir a questão. O Brasil convidou o presidente dos EUA, Barack Obama, para comparecer ao encontro e apresentar argumentos que tranquilizem os países da região.

Amorim disse que o encontro da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) será uma oportunidade para que a questão seja resolvida “de maneira cooperativa e pacífica.”

Fonte: Reuters