Ahmadinejad confirma reunião com Fidel Castro e classifica encontro como ‘muito bom’

Programa nuclear iraniano foi um dos principais temas do encontro o presidente do Irã com Fidel e Raul Castro, dirigente cubano

Ahmadinejad faz visitas a países da América Latina considerados aliados de Teerã(Foto:President.ir/Divulgação/Reuters)

São Paulo – O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, confirmou nesta quinta-feira (12) que se encontrou com o ex-presidente de Cuba Fidel Castro, e classificou o encontro como “muito bom” por proporcionar “grande alegria”. O representante do Irã reafirmou que o país condena o bloqueio econômico financeiro e comercial à Cuba, promovido pelos Estados Unidos desde 1962 contra a ilha centro-americana.

Do lado cubano, o presidente Raul Castro afirmou reconhecer o direito iraniano em desenvolver seu programa nuclear para fins pacíficos. Os chefes de ambos os países defenderam, inclusive, o direito de todos os países ao uso pacífico da energia nuclear.

Havana e Teerã opõem-se à aplicação de sanções econômicas unilaterais, assim como dizem estar “na mesma frente de luta para reivindicar os direitos dos povos”, afirmou Ahmadinejad a jornais cubanos. Sobre a relação bilateral entre os dois países, Irã e Cuba tentam atualmente impulsionar suas relações de cooperação e dinamizar o comércio.

O presidente do Irã está na América Latina desde o último final de semana e faz visitas a países latino-americanos que considera aliados. Ahmadinejad já passou pela Venezuela e Nicarágua, restanto ainda Equador e Guatemala no roteiro da visita.

A respeito da ausência do Brasil na agenda do presidente iraniano, especula-se que o motivo seja o esfriamento da relação Irã-Brasil com a saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a presidenta Dilma Rousseff à frente do país e opondo-se a decisões políticas de Teerã. O governo brasileiro, no ano passado, posicionou-se criticamente a violações de direitos humanos atribuídas ao Irã.

Energia nuclear

O investimento iraniano em energia nuclear, mais especificamente no enriquecimento de urânio, tem criado polêmica desde que foi retomado, nos anos 1990. A Agência Internacional de Energia Atônica (Aiea) da Organização das Nações Unidas (ONU) informou, no início desta semana, que uma das instalações do país já enriquecia urânio a mais de 20% de puridade físil.

Um ex-chefe das inspeções nucleares da ONU afirmou, nesta quinta, que, ao transferir a produção de urânio altamente enriquecido para uma nova instalação subterrânea, Teerã está a apenas um ano de ter material suficicente para uma bomba nuclear.

Na quarta (11), um carro-bomba explodiu em Teerã, matando um cientista que trabalhava em uma central de enriquecimento de urânio. O Irã imediatamente atribuiu a ação a Israel e aos Estados Unidos, que negaram relação com o atentado.