São Paulo – A Colômbia realizou ontem (13) eleições primárias de três blocos políticos para eleger seus candidatos à presidência, enquanto se realizavam as eleições legislativas. Nas eleições, o líder do bloco de esquerda Pacto Histórico, Gustavo Petro, obteve a candidatura com mais de 80% dos votos (4.446.970), enquanto na coalizão de direita Equipo Por Colombia Federico Gutiérrez venceu com mais de 54%.

Os dois candidatos posicionam-se para as eleições presidenciais de 29 de maio como os principais protagonistas de uma disputa que, se a tendência se mantiver, terá Petro como favorito.

O outro bloco que teve destaque nas eleições internas foi a ‘Coalizão Centro Esperanza’, que culminou na vitória de Sergio Fajardo, com mais de 33% dos votos.

Uma vez conhecidos os resultados primários dessas eleições, os candidatos falaram diante de seus militantes e da imprensa.

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Em dois discursos com tons diferentes, tanto Petro como Gutiérrez se concentraram no que esperam do próximo governo em caso de obtenção da cadeira presidencial.

Gustavo Petro se concentrou na necessidade de a Colômbia ser “uma potência de vida” que deixa para trás tempos de violência e vive uma política de “perdão social”. Da mesma forma, o candidato de esquerda disse que sua força política, após a participação que demonstrou nestas eleições, está às portas de vencer as eleições no primeiro turno.

“O Pacto Histórico alcançou o melhor resultado de progressismo da história da República da Colômbia”, disse. “Convidamos todas as forças democráticas do país que ainda não estão no Pacto Histórico, que se desloquem para fora em outros cenários, porque devem estar aqui, o Pacto Histórico deve dar lugar à configuração de uma grande frente ampla”, assegurou.

Nesse sentido, Gustavo Petro, que disputará sua terceira candidatura à Presidência da Colômbia, disse que os únicos “que não se encaixam” em sua força política são “os corruptos e os genocidas”.

Enquanto isso, Gutiérrez fez um discurso no qual enfatizou a necessidade de lutar contra todos os corruptos “aqueles que roubam os recursos” do país e perseguem quem “viola os cidadãos e suas famílias”.

O candidato, popularmente conhecido como ‘Fico’, disse que leva esta vitória “com muita alegria, mas sobretudo com muita humildade e responsabilidade”, pois ainda têm um longo caminho a percorrer. Da mesma forma, Gutiérrez destacou que a ordem será garantida “com caráter”, combatendo a corrupção e fortalecendo a segurança.

Com 98,64% das mesas apuradas, o Pacto Histórico obteve 5.750.663 votos. Isso representa 14,81% do total apto a votar na eleição (38.819.901). A coalizão Equipo por Colombia recebeu 4.104.163 votos, ou seja, 10,57% do total de votos. Enquanto isso, a coalizão Centro Esperanza recebeu 2.275.217 votos, 5,86% do total de votantes. No total, 31,24% dos aptos a votar compareceram às eleições internas.

Novo Congresso

Nas eleições legislativas, o Pacto Histórico tornou-se o partido com maior bancada em ambas as câmaras, em que predominam grupos de direita. No Senado, segundo os dados com o escrutínio de 94% dos votos, o Pacto Histórico terá 17 das 108 cadeiras, além das cinco do ‘Partido dos Comuns’ (surgido no acordo de paz com a extinta guerrilha Revolucionária Armada Forças da Colômbia).

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A coalizão de direita Equipo por Colombia, se permanecer unida, terá 29 assentos (15 do Partido Conservador, 10 do Partido U e quatro do Partido MIRA).

Por sua vez, o terceiro bloco, Centro Esperanza, em aliança com os Verdes, terá 14. Também estarão na câmara alta 15 representantes do Partido Liberal, 14 do governista Centro Democrático (que conquistou 19 cadeiras nas eleições anteriores) e 11 do Câmbio Radical. Todos esses partidos são de direita.

Já na Câmara dos Deputados, o Pacto Histórico terá 25 assentos, enquanto seus aliados (comuns e outras formações) terão outros nove de 188. Enquanto isso, a coalizão de direita Equipo por Colombia terá 44: 25 do Partido Conservador, 16 do o Partido U e 3 do Partido Mira e outros aliados.

O segundo partido com maior bancada em deputados será o Partido Liberal, com 32, enquanto o governista Centro Democrático passará de suas atuais 32 cadeiras para 15, sendo superado pelo conservador Mudança Radical, que terá 16.

Com informações da Agencia Regional de Noticias (Colômbia)