Decisão histórica

ONU retira maconha da lista de drogas mais perigosas; Brasil votou contra

Representantes do governo brasileiro votaram junto com China, Egito, Nigéria, Paquistão e Rússia contra a reclassificação, mas foram derrotados

Fotos Públicas
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Com Brasil na contramão, países das Américas e Europa têm avançado na legalização

São Paulo – A Comissão de Narcóticos da ONU decidiu nesta quarta-feira (2) retirar a maconha da lista de drogas mais perigosas do mundo. O órgão votou uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que sugeria a reclassificação da substância. Dos 53 países da comissão, 27 votaram a favor da reclassificação. Outros 25 foram contra, e uma delegação se absteve.

O Brasil votou contra, seguindo orientação do governo Bolsonaro. Países como China, Egito, Nigéria, Paquistão e Rússia também disseram não. Por outro lado, a medida foi apoiada pelos países americanos. Uruguai, Colômbia, Equador e México foram favoráveis, assim como EUA e Canadá.

Até então, a maconha constava na mesma lista de substâncias como a heroína, por exemplo. Esse índice foi lançado em 1961, na Convenção sobre Drogas Narcóticas, que deu início à chamada “guerra às drogas” em todo o mundo.

A decisão tem um peso simbólico, pois ainda caberá aos países definirem internamente os status de cada substância. Mas representa mais uma vitória na luta contra a criminalização.

Nos últimos anos, uma série de países vem legalizando o uso recreativo da maconha. O Canadá, por exemplo, deu esse passo no ano passado. Nesse ano, cinco estados norte americanos também decidiram, em plebiscitos, liberar o uso da erva. No mês passado, foi a vez do México decidir pela legalização. Anteriormente, ainda em 2017, o Uruguai havia sido o pioneiro desse tipo de medida no continente.