após derrota

Maduro anuncia reestruturação em todas as áreas do governo

Presidente venezuelano pediu que ministros 'coloquem cargo à disposição' e questionou MUD: 'Será possível a Assembleia Nacional nas mãos da direita?'

Marcos Oliveira/Agência Senado

Maduro criticou a oposição em seu programa semanal: “Os maus se impuseram. Os maus ganharam”

Opera Mundi –  O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na madrugada hoje (9) que iniciará um processo de reestruturação “em todas as áreas do governo”, sobretudo no gabinete de ministros, após vitória da oposição nas eleições legislativas do país.

“Pedi ao Conselho de Ministros que ponham seus cargos à disposição para fazer um processo de reestruturação, renovação e reforma profundo de todo o governo nacional”, afirmou o mandatário durante seu programa de rádio e televisão “Em contato com Maduro”.

A declaração ocorreu pouco após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) informar que a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) conquistou 109 de 167 cadeiras da Assembleia Nacional. Já o governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) obteve 55 assentos.

“Peço o apoio de todo o país, quero continuar com as missões, as grandes missões, mas há uma dúvida: Será possível com a Assembleia Nacional nas mãos da direita? Deixo essa dúvida no meio do debate. Poderemos continuar com o modelo de inclusão social, de justiça, de felicidade e de socialismo?”, questionou Maduro. Pela primeira vez em 15 anos, a aliança opositora conservadora terá a maioria qualificada no Parlamento, conquistando poderes políticos inéditos ao MUD, como aprovar e modificar leis, submeter a referendo tratados internacionais e projetos de lei, entre outros direitos previstos na Constituição do país.

Apesar de ter reconhecido a derrota do PSUV logo após a divulgação do resultado oficial, Maduro criticou a oposição em seu programa semanal. “Os maus se impuseram, os maus ganharam, ganharam como ganham os maus, com a mentira, com o engano, com a oferta enganosa, com a fraude”, comentou.

Na madrugada de segunda-feira (7), o chavismo sofreu revés histórico nas eleições legislativas da Venezuela. O pleito não tratou de uma simples disputa pelos 167 assentos da Assembleia Nacional: realizada em meio a uma pesada crise econômica e a quase três anos da morte de Hugo Chávez, as eleições ganharam um “sabor” de presidenciais, frente à importância que adquiriram tanto para o chavismo, quanto para a oposição.