NSA

Obama anuncia mais mudanças pequenas em esquema de espionagem

Alterações no programa de espionagem devem ser pontuais, como a limitação de registros de ligações telefônicas

Shawn Thew/EFE

O presidente dos Estados Unidos deve pedir ao Congresso que defina as linhas de atuação da NSA

São Paulo – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai anunciar hoje (17) mudanças nos programas de vigilância da Agência Nacional de Segurança (NSA), envolvida em um escândalo de espionagem que atingiu líderes de países como Alemanha, Brasil e México.

Segundo o jornal The Washington Post, as mudanças devem ser pontuais – como o estabelecimento de limites para os registros telefônicos. Além disso, Obama deve pedir ao Congresso que ajude a determinar as linhas gerais do programa de monitoramento.

As medidas vêm quase um ano depois das primeiras revelações do ex-técnico de informática da CIA, Edward Snowden, que vazou documentos que mostram o quão amplo o sistema de espionagem dos Estados Unidos é. Além de monitorar boa parte do tráfego de internet, grampeou telefones como o da chanceler alemã, Angela Merkel, controlou computadores por meio de rádio e espionou atividades de empresas como a Petrobras. O governo norte-americano, no entanto, sempre insistiu na tese de que os monitoramentos não tinham alvos econômicos.

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Porém, as mudanças serão anunciadas também para satisfazer ao público interno: segundo uma pesquisa do Post com a rede de TV ABC, 53% dos norte-americanos afirmaram que desaprovam a maneira com que Obama tem lidado com a questão. Nem entre os eleitores que se dizem democratas a situação é das mais confortáveis para o presidente: 56% não estão gostando das ações tomadas pelo governo.

Por outro lado, 68% dos norte-americanos dizem que o monitoramento da NSA de registros telefônicos interfere em direitos de privacidade da população, enquanto 60% acreditam que as revelações de Snowden se configuraram numa ameaça à segurança nacional, de acordo com a mesma pesquisa.

Nesta quinta-feira (16/01), Obama telefonou ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, para explicar as mudanças que serão anunciadas nesta sexta. Os dois líderes falaram sobre um amplo leque de assuntos da atualidade que são relativos às suas nações dentro do “diálogo intensivo” que EUA e Reino Unido mantêm “sobre esses temas, em todos os níveis”, informou a Casa Branca em comunicado.