crise internacional

Desemprego mundial atinge 202 milhões em 2013, diz OIT

Segundo organismo internacional, setores empresariais com lucro preferem investir no mercado financeiro do que na economia real

Juan Carlos Hidalgo / Epa / Efe

Fila em serviço público para desempregados em Madri, Espanha. Economias de parte do mundo não dão conta da demanda

Genebra – O número de desempregados no mundo aumentou em 2013 em cinco milhões de pessoas, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que destacou que a economia mundial começou a se recuperar, mas o processo é lento e não cria oportunidades de emprego.

Com o aumento, o número total de desempregados alcançou os 202 milhões em 2013, o que representa uma taxa de 6% em nível mundial, segundo dados do relatório sobre as perspectivas do emprego apresentado hoje (20) pelo organismo técnico da ONU.

Desde 2008, o déficit mundial de emprego em relação à crise financeira que explodiu naquele ano subiu para 62 milhões de postos, que incluem 32 milhões de pessoas em busca de trabalho.

Além disso, 23 milhões de trabalhadores abandonaram o mercado de trabalho levados “pelo desânimo e por estarem há muito tempo desempregados”, enquanto outros sete milhões de pessoas economicamente inativas optaram por não trabalhar.

Em sua análise, os especialistas da OIT constataram que vários setores da economia estão tendo lucro, mas este é investido principalmente nos mercados de ativos e não na economia real, o que explica as perspectivas negativas do emprego a longo prazo.

“Necessitamos um replanejamento das políticas, intensificar os esforços para acelerar a geração de empregos e apoiar as empresas para criá-los”, declarou na apresentação do relatório o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.

“Se a tendência atual se mantém, o desemprego mundial pode seguir piorando”, advertiu.

Desta forma, de 202 milhões de desempregados hoje, as projeções apontam para 215 milhões dentro de quatro anos, já que nesse período a economia mundial só teria capacidade de criar 40 milhões de postos de trabalho anuais, enquanto 42,6 milhões de pessoas entrarão no mercado de trabalho.

Os jovens seguem sendo os principais afetados por esta recuperação fraca e desigual: 74,5 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos estiveram desempregadas o ano passado, quase um milhão a mais que em 2012.

Outra questão que preocupa à OIT é observar o aumento do desemprego de longa duração nas economias avançadas, em algumas das quais o tempo necessário para encontrar um emprego se duplicou