Encontros em Brasília terminam com acordos bilaterais e necessidade de reforço nas relações

O Brasil reforçou parcerias bilaterais com China e Índia durante encontros nesta quinta-feira (15) em Brasília. Reuniões com as nações asiáticas fizeram parte dos encontros de Bric, que reúne Brasil, […]

O Brasil reforçou parcerias bilaterais com China e Índia durante encontros nesta quinta-feira (15) em Brasília. Reuniões com as nações asiáticas fizeram parte dos encontros de Bric, que reúne Brasil, Índia, Rússia e China, e do Ibas, que conta com Índia, Brasil e África do Sul.

O encontro do presidente Lula com o mandatário da China, Hu Jintao, foi marcado pela abertura daquele mercado asiático à carne bovina brasileira termoprocessada. O protocolo estabelece as condições sanitárias e veterinárias para embarque do produto com destino à China. O Ministério da Agricultura deve fornecer planos anuais de monitoramento de resíduos, adotar sistemas de prevenção e controle de doenças epidêmicas e garantir áreas livres de febre aftosa.

Caberá ao Brasil indicar os estabelecimentos que trabalham com o abate de gado e o processamento de carne e cumprem todas as leis e a regulamentação sobre o assunto. O ministério também ficará responsável pela inspeção e programas de quarentena, métodos, procedimentos e padrões para a carne bovina destinada à exportação, tendo de receber visitas periódicas dos chineses.

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, entregou aos chineses um certificado para que se estude a importação, por aquele país, de carne suína in natura brasileira. “O principal nessa negociação é a vinda da missão chinesa para credenciar frigoríficos”, afirmou, cobrando que uma resposta seja dada em 30 dias.

Índia

Com a Índia, o diagnóstico foi de que será preciso reforçar os laços para atingir a meta de US$ 10 bilhões nas trocas bilaterais até 2010. O reconhecimento da necessidade foi colocado na declaração conjunta divulgada por Lula e o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh. Atualmente, o comércio anual bilateral está em US$ 5,6 bilhões.

Uma sugestão apontada pelo documento é ampliar o comércio nos setores de maior valor agregado. Os dois líderes dizem que os setores do comércio e da indústria do Brasil e da Índia devem aproveitar as oportunidades nas áreas de energia, agricultura, mineração e infraestrutura, entre outros.

O governo brasileiro também ficou satisfeito com o interesse de empresas petrolíferas indianas em participar do futuro leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para exploração de petróleo. O leilão ainda não tem data marcada. Lula e Manmohan Singh ainda reafirmaram a preocupação com as mudanças climáticas e condenaram o terrorismo.

Questão palestina

Já o comunicado conjunto do Ibas declara apoio à criação de um Estado Palestino no Oriente Médio tendo Jerusalém Oriental como capital e à retomada das fronteiras pré-1967 na região. Índia, Brasil e África do Sul reforçaram o pedido para que seja retomado o processo de paz depois de receberem o chanceler Riad Malki.

“Os ministros indicaram que Índia, Brasil e África do Sul, como membros do fórum Ibas, estão convencidos de que uma ampla paz no Oriente Médio é crucial, não somente para as populações e países da região, mas também para a paz e a segurança internacionais”, afirma comunicado do grupo.

Com informações da Reuters e da Agência Brasil.