O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos criticou nesta terça-feira (8) a sentença aplicada a uma antiga funcionária da organização no Sudão por uso de calças.

Lubna Hussein foi condenada na segunda-feira a um mês de cadeia, com a alternativa de pagar um montante de cerca de US$ 200, por vestir de forma indecente. As Nações Unidas alertam que o sistema legal sudanês não define o que é vestir-se de maneira decente. Rupert Colville, porta-voz do Alto Comissariado, lembra que este vazio deixa a decisão nas mãos de oficiais da polícia, aumentanto preocupações sobre detenções arbitrárias.

De acordo com agências de notícias, ela foi libertada após ter cumprido apenas um dia da sua sentença. O presidente do Sindicato de Jornalistas do Sudão, Mohedinne Titawi, é citado como tendo dito que o sindicato pagou a multa para garantir a sua libertação.

O órgão das Nações Unidas destacou que o caso representa um exemplo claro de discriminação contra mulheres naquele país da África Oriental. O Alto Comissariado para Direitos Humanos indicou que, ao abrigo das leis internacionais, tal punição é considerada cruel e degradante.

Logo após sua detenção, Lubna pediu demissão do emprego com a ONU, que lhe concedia imunidade, para ser levada à Justiça. Ela afirmou que seu objetivo é lutar para mudar a lei.

Com informações da Rádio ONU.